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Jornalismo

Falta de recursos e apoio logístico dificulta entregas de doações em favelas

Quase 500 mil famílias que vivem em cinco mil comunidades já receberam doações durante a pandemia, a maioria delas distribuídas pela Central Única das Favelas

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Falta de recursos e apoio logístico dificulta entregas de doações em favelas
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Nos últimos dois meses, durante a quarentena para combate ao coronavírus, a CUFA (Central Única das Favelas) arrecadou R$ 70 milhões em doações para cinco mil favelas brasileiras. O auxílio vem, em sua maior parte, de grandes empresários e de arrecadações em shows de artistas famosos na internet.

Os centros de formação da organização não-governamental passaram a funcionar como centrais de distribuição de doações para as comunidades carentes. No entanto, para isso é preciso logística, e esta vem sendo uma dificuldade. 

"Nós precisamos ter recurso para fazer treinamento para essas pessoas, pagar muitas dessas pessoas que hoje também estão desempregadas, que estão ajudando e que às vezes querem ajudar, mas não têm combustível para colocar no carro ou na moto", conta Celso Athayde, fundador da CUFA. 

Ele também relata que a ONG não tem qualquer apoio do poder público para arrecadar e distribuir donativos. O pedido de Athayde é de que os doadores recebam isenção de impostos. "Muitos empresários estão doando muitas coisas e pode chegar um momento em que eles vão desanimar em função dos custos que eles também têm. Era preciso ter um incentivo para esses doadores, para que eles mais do que continuem, eles ampliem essa doação".

A Central Única das Favelas foi fundada em 1999 e atende 500 mil famílias em todo o país e é, no contexto da pandemia, a maior responsável por distribuir doações para a população em situação de vulnerabilidade social. Oito mil toneladas de alimentos foram distribuídas a quem mais precisa.
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