Justiça italiana rejeita recurso e Carla Zambelli continua presa na Itália
Deputada federal seguirá em regime fechado enquanto tramita o processo de extradição; defesa tentou reverter decisão da Corte de Apelação

Gabriela Vieira
Antonio Souza
A Justiça italiana rejeitou, nesta quarta-feira (8), o recurso apresentado pela defesa da deputada federal Carla Zambelli, que seguirá presa em regime fechado durante a tramitação do processo de extradição. A informação foi confirmada pela defesa da parlamentar.
Segundo a defesa, durante a sessão, os advogados buscavam reverter a decisão da Corte de Apelação, que manteve a parlamentar encarcerada no país.
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Em agosto, a Justiça italiana também negou um recurso de liberdade apresentado pela deputada. Na ocasião, os advogados alegaram inexistência de um pedido internacional de prisão válido e a ausência de solicitação formal de extradição.
No entanto, o tribunal decidiu seguir com a atuação da Advocacia-Geral da União (AGU), que apresentou documentos e argumentos jurídicos para confirmar a legalidade da prisão cautelar para fins de extradição.
Por que Zambelli foi presa na Itália?
Zambelli foi acusada de integrar uma organização criminosa digital responsável por ataques aos sistemas do Poder Judiciário brasileiro. A parlamentar foi responsabilizada por invasão aos sistemas da Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de documentos falsos.
Em maio, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou Zambelli, por unanimidade (5 a 0), a 10 anos de prisão em regime inicial fechado. Após decisão, ela deixou o Brasil e passou a viver na Itália, onde possui cidadania. Com isso, seu nome foi incluído na difusão vermelha da Interpol.
Além das condenações na Justiça, a deputada é alvo de um pedido de cassação em tramitação na Câmara dos Deputados. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) definiu as testemunhas do processo, incluindo Walter Delgatti Neto, hacker condenado pelo mesmo caso.
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Ela foi presa em 29 de julho, em Roma, e permanece na Penitenciária Feminina de Rebibbia enquanto aguarda a decisão sobre o processo de extradição.
Além da condenação a 10 anos de prisão, ela também foi sentenciada ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.