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Anatel diz que novas tentativas de "burla" ao bloqueio do X merecerão "providências cabíveis"

Agência completou que acesso de usuários nessa quarta-feira (18) "demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF"

Anatel diz que novas tentativas de "burla" ao bloqueio do X merecerão "providências cabíveis"
Em comunicado, o X havia dito que a volta dos serviços não foi intencional | Divulgação
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A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), disse nesta quinta-feira (19), que vai tomar providências caso o bloqueio imposto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao X (ex-Twitter) seja novamente burlado. Nessa quarta (18), diversos usuários de internet relataram que conseguiram acessar a rede social sem restrições nos navegadores e para quem usa os celulares Android e iOS.

A nota diz que a Anatel "constatou que a rede social X estava acessível a usuários, em desrespeito à decisão judicial proferida pelo Supremo Tribunal Federal" e que "a conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF". A Agência ainda encerrou o informe dizendo que "Eventuais novas tentativas de burla ao bloqueio merecerão da Agência as providências cabíveis".

Em comunicado, o X havia dito que a volta dos serviços não foi intencional. "Quando o X foi encerrado no Brasil, nossa infraestrutura para fornecer serviço à América Latina deixou de ser acessível à nossa equipe. Para continuar oferecendo um serviço ideal aos nossos usuários, mudamos de provedor de rede. Essa mudança resultou em uma restauração inadvertida e temporária do serviço para os usuários brasileiros.", diz a publicação.

Apesar disso, Elon Musk, dono da plataforma, debochou em seu perfil após o retorno do serviço. "Qualquer magia suficientemente avançada é indistinguível da tecnologia", disse Musk, citando o inventor britânico Arthur Clarke.

Veja nota na íntegra:

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informa que, ao longo do dia 18/9, constatou que a rede social X estava acessível a usuários, em desrespeito à decisão judicial proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Com o apoio ativo das prestadoras de telecomunicações e da empresa Cloudfare, foi possível identificar mecanismo que, espera-se, assegure o cumprimento da determinação, com o restabelecimento do bloqueio. A conduta da rede X demonstra intenção deliberada de descumprir a ordem do STF. Eventuais novas tentativas de burla ao bloqueio merecerão da Agência as providências cabíveis.

Como o X "voltou"?

Segundo uma nota emitida pela Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), o aplicativo da rede social foi atualizado, na madrugada desta quarta-feira (18), e, agora, não utiliza mais endereços de IP (Protocolo de Internet) do próprio X e sim vinculados ao serviço Cloudflare — um intermediário entre os usuários e os servidores.

A mudança nos servidores do X dificulta o bloqueio do aplicativo, pois a rede social não utiliza mais IPs específicos, atuando por meio de um "escudo" que mascara o IP original e utiliza IPs dinâmicos, com mudanças constantes, como explica o coordenador do MBA em Cibersegurança da FIAP, Marcelo Lau:

"Qualquer outro bloqueio que você já tinha previsto, que não utilizava serviços da Cloudflare, funcionava. Agora, vai ter que bloquear o serviço da Cloudflare".

Contudo, bloquear o Cloudflare traria diversas de implicações, isso porque diversos sites de bancos, empresas e até mesmo alguns domínios do próprio Governo utilizam os serviços da Cloudflare.

"A Cloudflare é um serviço utilizado como uma camada intermediária para evitar que atacantes tenha êxito para tentar derrubar serviços na internet", explica Marcelo.

O que é o Cloudflare?

O Cloudflare é um serviço de rede em nuvem que é utilizado, sobretudo, para acelerar a performance de sites e para proteção contra ataques de hackers, utilizando um sistema de firewall de aplicação web (WAF) e de proxy reverso.

Posicionamento do STF

O SBT News entrou em contato com o Supremo Tribunal Federal (STF) para obter um posicionamento sobre a "volta" do funcionamento do X no Brasil, mas fomos informados de que, até o momento, não há novas informações.

Mais cedo, o STF emitiu uma nota afirmando que a volta da rede social se tratava de uma "instabilidade no bloqueio de algumas redes".

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