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Saúde

"O ar não entrava, nem saía", relata Fafá de Belém após crise de burnout; veja como identificar

Cantora disse ter acordado um dia com aperto no peito, corpo todo tremendo de frio, incapacidade de falar e muita dificuldade para respirar; entenda

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Cantora Fafá de Belém relata burnout | Reprodução/Instagram
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A cantora Fafá de Belém usou suas redes sociais nesta quinta-feira (27) para compartilhar com seguidores que foi diagnosticada com crise de burnout, um quadro de esgotamento psicológico (veja mais detalhes abaixo). Em razão disso, ela precisou cancelar sua participação em uma palestra programada para o mesmo dia.

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"Se alguém já teve um burnout ou não faz ideia do que seja um burnout. É um termo banalizado muitas vezes, 'ah, fulano está com burnout, na minha época isso não existia'. Burnout existe, e semana passada eu tive", ressaltou Fafá.

Ela relatou ter acordado na última terça sem saber onde estava, com um aperto no peito, o corpo todo tremendo de frio, incapacidade de falar e muita dificuldade para respirar: "O ar nem saía, nem entrava", disse.

+ Síndrome de Burnout é uma das principais causas de afastamento do trabalho

"Eu somatizo muito as dores, mágoas, decepções [...] Estava lidando com assuntos muito difíceis há duas semanas, e não dava muita bola, até que na terça passei muito mal", disse.

O termo somatização, utilizado pela cantora, se refere à manifestação, no corpo, de sintomas psicológicos, característica presente no burnout (entenda mais abaixo).

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Na sequência, no entanto, a cantora também agradeceu à equipe médica que realizou atendimento no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para onde foi encaminhada. A artista também tranquilizou fãs e disse que está tudo bem.

O que é burnout?

O psicólogo Vitor Friary explica que o burnout é um estado de esgotamento, uma exaustão muito intensa, tanto física quanto emocional e mental. Não é uma doença, mas um distúrbio emocional, de acordo com o Ministério da Saúde.

Para a psicóloga Thirza Reis, a síndrome de burnout tem três dimensões. A primeira é a do esgotamento físico, psíquico e emocional. "É um cansaço que não para, uma sensação de estresse contínua e que você não entende muito bem o porquê. Você dorme, no outro dia você acorda e parece que você não dormiu. E isso se repete continuamente", explica.

A segunda é o que se chama de cinismo, um certo negativismo. "Eu paro de me relacionar, tenho uma irritabilidade, uma falta de concentração, não sou mais tão participativo no trabalho."

O terceiro aspecto é a baixa e a falta de sensação de realização no trabalho. Segunda a psicóloga, a pessoa começa a construir narrativas dentro de si de insuficiência, de que não é boa o suficiente, e de que não está fazendo uma boa entrega.

O estresse acumulado no trabalho pode desencadear o burnout | Freepik
O estresse acumulado no trabalho pode desencadear o burnout | Freepik

No entanto, como relatou Fafá, há uma somatização e, com os desdobramentos psicológicos, chegam sintomas físicos típicos que podem ser considerados como sinais de alerta do burnout.

São eles: a recorrência no cansaço, a vontade de faltar o trabalho, pensamentos mais pessimistas, perda de prazer em reuniões e tarefas do dia a dia, problemas de sono, e emoções como impaciência, irritabilidade e desinteresse frequente.

Ao menor indício desses sinais, o indicado é procurar um profissional de saúde mental para diagnosticar o problema. O tratamento pode ser medicamentoso e terapêutico, com auxílio de atividade física regular.

É possível prevenir?

Thirza ressalta que quando a pessoa percebe o burnout nos níveis iniciais, de que "algo está excedendo" antes dos sintomas físicos aparecerem, é possível evitar que o problema ocorra com auxílio da atividade física regular, por exemplo. Além disso, mudança de hábitos que estejam sendo prejudiciais, seja no trabalho ou na vida pessoal, e uma higiene do sono.

"É essa sensação de alerta constante, de fazer uma coisa pensando em outras três ao mesmo, que vai culminar no burnout", ressalta.

A especialista pontua que atividades como mindfulness, pilates, yoga e meditações em geral ajudam muito a resgatar uma palavra-chave para prevenir o problema e voltar a si mesmo: respiração.

"Por isso, eu sempre falo para as pessoas: na transição de uma atividade para outra, faça uma respiração de dois minutos, um minuto. Cinco vezes, profundamente. Para se despedir da situação que você estava ali antes", ressalta.

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