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Saúde

Poluição do ar tem relação com mutações genéticas que causam câncer de pulmão, diz estudo

Cerca de um quarto dos casos da doença no mundo são diagnosticados em pessoas que não têm histórico de tabagismo; entenda

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Poluição do ar está associado a casos de câncer de pulmão | FreepikPoluição do ar está associado a casos de câncer de pulmão | Freepik
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A poluição do ar tem relação direta com mutações no DNA que podem causar câncer de pulmão. Um novo estudo, publicado nesta quarta-feira (2) na revista Nature, mostra conexão de casos principalmente em pessoas que nunca fumaram.

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A pesquisa, a maior análise de genoma completo já realizada nesse contexto, aponta que a exposição prolongada à poluição pode ser tão prejudicial quanto o tabagismo para o desenvolvimento de cânceres pulmonares.

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Tradicionalmente, o câncer de pulmão é associado ao tabagismo, sendo a principal causa de mortes entre fumantes. No entanto, uma crescente parcela de casos, aproximadamente 25%, mundialmente, tem sido diagnosticada em pessoas que não têm histórico de fumo. Este fenômeno, ainda pouco compreendido, levou pesquisadores a investigar os fatores que poderiam estar contribuindo para esse aumento.

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Análise de casos de câncer de pulmão

A pesquisa, realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, em San Diego, e do Instituto Nacional do Câncer (NCI), analisou amostras genéticas de tumores pulmonares de 871 pacientes que nunca haviam fumado. Esses pacientes eram originários de 28 cidades em diversas regiões do mundo, incluindo Europa, América do Norte, África e Ásia. Para a análise, os pesquisadores mapearam o genoma completo das amostras, um processo que permite identificar mutações e padrões genéticos associados ao câncer.

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Além disso, os dados genéticos foram cruzados com informações sobre a poluição do ar nas regiões onde os pacientes viviam, com base em medições de partículas finas realizadas por satélites. Isso possibilitou uma estimativa detalhada da exposição a poluentes atmosféricos ao longo do tempo.

Poluição é mais perigosa do que imaginávamos

Os resultados do estudo mostraram uma conexão clara entre os níveis de poluição do ar e a presença de mutações genéticas associadas ao câncer. Algumas dessas mutações são as mesmas observadas em fumantes, o que sugere que a poluição pode ter um impacto genético semelhante ao do tabaco.

"Nossa pesquisa mostrou que a poluição do ar está fortemente associada aos mesmos tipos de mutações de DNA que normalmente associamos ao tabagismo", ressaltou Ludmil Alexandrov, um dos principais pesquisadores do estudo e professor de bioengenharia e medicina celular e molecular na Universidade de San Diego.

Dentre essas mutações, destaca-se o gene TP53, conhecido por ser um "guardião" do genoma. Alterações nesse gene são frequentemente encontradas em fumantes e estão diretamente ligadas ao aumento do risco de câncer.

Os cientistas também notaram uma relação entre a poluição do ar e o encurtamento dos telômeros, estruturas que protegem os cromossomos durante a divisão celular.

O encurtamento dos telômeros é um indicativo de envelhecimento celular e pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento de câncer. No caso dos pacientes expostos à poluição, os telômeros estavam significativamente mais curtos em idades mais jovens, um sinal de que a poluição pode acelerar o processo de envelhecimento celular.

Mais poluição, mais mutações

Outro achado importante foi que a exposição a níveis mais elevados de poluição estava diretamente relacionada a um número maior de mutações genéticas. Quando comparados a fumantes passivos, os pacientes expostos à poluição mostraram uma quantidade ainda maior de alterações genéticas, reforçando a ideia de que o ar poluído pode ser um fator de risco significativo.

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