Saúde

OMS lança primeiras diretrizes globais para tratar infertilidade; SUS oferece atendimento limitado

Novo guia recomenda exames simples, investigação precoce e prevenção para reduzir subdiagnóstico e ampliar acesso ao tratamento

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OMS lança primeiras diretrizes globais diretrizes globais para prevenir, diagnosticar e tratar a infertilidade | Foto: Robson Valverde/SES-SC
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A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta segunda-feira (1º), as primeiras diretrizes globais para prevenir, diagnosticar e tratar a infertilidade. Segundo a entidade, uma em cada seis pessoas em idade reprodutiva lida com essa condição.

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No Brasil, apenas algumas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) oferecem atendimento especializado. O Hospital Fêmina, em Porto Alegre, é um dos dez no país que realizam o tratamento gratuito para infertilidade, tanto para homens quanto para mulheres, pelo SUS.

Segundo a responsável técnica da Unidade de Reprodução Humana do hospital, Andrea Nácul, há três grupos de causas principais.

“Basicamente, são três causas que a gente não pode deixar de investigar: as causas ovulatórias, em que as mulheres não ovulam; as causas masculinas, responsáveis por uma parcela de até 40% dos casos; e as causas tubárias, que são destruições ou alterações nas trompas”, explica Andrea.

Entre as recomendações da OMS para mulheres estão exames simples, como a dosagem de progesterona para confirmar a ovulação, e métodos menos invasivos para avaliar trompas e útero. No caso dos homens, o espermograma está entre os testes iniciais recomendados.

A presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana, Inês Katerina, destaca a distribuição das causas.

“30% das causas são femininas, aproximadamente 20% masculinas, 25% vão ser causas femininas e masculinas. Em torno de 10%, vai cair no que a gente chama de infertilidade sem causa aparente. Às vezes, a gente acha que o problema é feminino, mas o homem também pode ter um problema associado e vice-versa”, afima Inês.

As diretrizes publicadas pela OMS enfatizam também a importância da prevenção. Especialistas recomendam evitar infecções sexualmente transmissíveis, parar de fumar, manter alimentação equilibrada, praticar atividade física e combater a obesidade.

O tabu em torno da infertilidade contribui para que ela seja subdiagnosticada e subtratada em diversos países. Sem encontrar uma causa aparente para a demora na gravidez, muitos casais relatam isolamento e frustração, especialmente as mulheres.

Para melhorar os resultados, o tratamento deve começar o quanto antes. Em mulheres, o ideal é que a investigação seja iniciada antes dos 35 anos.

“É importante a educação, conscientizar a população para que a gente tenha um planejamento reprodutivo. Nós temos adiado a maternidade, e isso pode ter um impacto, especialmente nas mulheres, mas também nos homens”, comenta Inês Katerina.

Andrea Nácul reforça que o tempo de espera varia conforme a idade. “Um casal pode aguardar até 12 meses de tentativas para engravidar, sem nenhum método contraceptivo. Mas, com 35 anos ou mais, se aguarda até seis meses e, se não ocorrer a gestação, já pode iniciar a investigação”, diz ela.

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