Saúde

Tremor não é tudo: casos de Parkinson podem dobrar até 2050; saiba os sinais iniciais

Doença pode atingir 25 milhões de pessoas nas próximas décadas, reforçando a importância do diagnóstico precoce

Imagem da noticia Tremor não é tudo: casos de Parkinson podem dobrar até 2050; saiba os sinais iniciais
Publicidade

A doença de Parkinson, uma das condições neurológicas degenerativas mais comuns do mundo, tende a se tornar ainda mais frequente. Projeções internacionais indicam que o número de pacientes deve dobrar até 2050, alcançando cerca de 25 milhões de pessoas. O envelhecimento da população é um dos principais fatores por trás desse aumento, mas não o único. Exposição ambiental, hábitos de vida e a maior capacidade de diagnóstico também contribuem para que a doença se torne um desafio crescente para a saúde pública.

SBT News Logo

Siga o SBT News no Google Discover e fique por dentro das últimas notícias.

Siga no Google Discover

Quando o cérebro começa a dar sinais - e por que eles passam despercebidos

O Parkinson acontece quando as células que produzem dopamina, substância ligada ao controle dos movimentos, começam a se deteriorar. Embora o tremor seja o sintoma mais conhecido, ele não costuma ser o primeiro a surgir. Muitas vezes, os sinais iniciais são sutis, variados e se confundem com questões comuns do dia a dia, o que acaba atrasando o diagnóstico.

Entre os sinais precoces mais frequentes estão diminuição do olfato, prisão de ventre persistente, alterações do sono, rosto com menos expressão e mudança na letra, que tende a ficar menor e trêmula. Também podem surgir rigidez muscular, lentidão para realizar tarefas simples e perda de equilíbrio. Em muitas situações, familiares e amigos percebem as mudanças antes do próprio paciente, o que reforça a importância do olhar atento de quem convive de perto.

Como esses sinais são inespecíficos, muitas pessoas demoram a procurar atendimento. Esse atraso impacta diretamente o tratamento: quanto mais cedo a intervenção, melhor o controle dos sintomas e maior a preservação da autonomia ao longo dos anos.

Os desafios do diagnóstico e os caminhos para um cuidado mais eficaz

O diagnóstico do Parkinson exige avaliação clínica detalhada. Não há um único exame capaz de confirmar a doença: o processo combina histórico, análise dos sintomas, exame neurológico e exclusão de outras condições. Em situações específicas, exames de imagem funcional podem ajudar, mas a experiência do especialista continua sendo o principal instrumento.

Uma vez estabelecido o diagnóstico, o tratamento é individualizado. Remédios que repõem ou imitam a dopamina costumam ser a base da terapia, mas outras abordagens ganham destaque, como fisioterapia especializada, atividade física regular, fonoaudiologia e terapia ocupacional. Em casos selecionados, procedimentos como a estimulação cerebral profunda podem oferecer grande melhora dos sintomas motores.

Apesar de progressivo, o Parkinson pode ser controlado por longos períodos quando identificado cedo. Com o avanço da ciência, novas terapias buscam proteger os neurônios e desacelerar a degeneração celular, abrindo caminho para uma perspectiva mais otimista.

A previsão de aumento do número de casos reforça a necessidade de conscientização. Entender os sinais iniciais, reconhecer mudanças sutis e buscar avaliação neurológica ao menor sinal de dúvida é a melhor forma de garantir diagnóstico precoce, tratamento adequado e qualidade de vida ao longo dos anos.

* Marcelo Zalli é neurologista, professor titular de Neurologia na Universidade do Vale do Itajaí e membro da Brazil Health

Publicidade
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade