Influenciador Gustavo Tubarão tem ataque de pânico na academia; o que fazer durante uma crise?
Sintomas podem ser confundidos com os de um infarto; veja como diferenciá-los
O influenciador digital e humorista Gustavo Tubarão usou suas redes sociais, nesta quinta-feira (24), para fazer um alerta aos seus mais de 11 milhões de seguidores: ele teve um ataque de pânico enquanto se exercitava em uma academia.
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“Como podem ver estou vivo. Isso não mata ninguém apesar de ser a pior sensação do mundo. Só tô meio cansado agora, parece que voltei da guerra, porque a mente gasta tanta energia", disse.
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Tubarão relata que já havia tido outros ataques, mas que "fazia tempo que não tinha um ataque tão forte igual a esse".
No momento do episódio, ele estava acompanhado de sua namorada, Jade Sales, que o ajudou. Além disso, na legenda da publicação, o humorista ressaltou que é fundamental procurar ajuda psicológica e psiquiátrica para entender as causas dos ataques de pânico.
O que é um ataque de pânico?
O ataque de pânico se caracteriza por um "alarme falso" ligado pelo corpo inesperadamente, ou seja, um episódio em que o individuo subitamente passa a sentir medo, ansiedade e angústia de forma intensa, junto a sintomas físicos como dor no peito, sensação de engasgo e tontura, sem que haja uma ameaça real.
"E por que isso é causado? É uma resposta de medo fora de hora. Se você tiver diante uma ameaça física, um perigo real, ela pode ser útil, mas no caso da crise de pânico ela acontece do nada", explica o psiquiatra Bruno Brandão
Quando as crises de pânico são repetidas, elas podem estar relacionadas ao transtorno de pânico ou síndrome de pânico, que é o medo de ter uma nova crise inesperada "sem motivo aparente, já que no processo terapêutico ele pode vir à tona", ressaltou.
Os ataques de pânico também podem ser esperados, por exemplo, no momento em que a pessoa está dentro do elevador ou em um lugar fechado. Nesse caso é caracterizado por uma fobia específica daquela situação ou contexto, e não evolui para um transtorno de pânico, segundo ele.
Para diferenciar o diagnóstico, no entanto, é preciso acompanhamento especializado. Ele é feito baseado, principalmente, no nível de prejuízo que os ataques estão trazendo para a vida da pessoa.
O que fazer durante uma crise?
A pessoa, basicamente, deve ir para um ambiente calmo, fazer exercícios respiratórios para se tranquilizar.
Além disso, técnicas de relaxamento como relaxamento muscular progressivo, além da exposição interoceptiva, onde o próprio paciente é ensinado a provocar a crise e reduzir a crise, ajudam o paciente a ter "mais previsibilidade e sensação de controle", ressalta Bruno.
É possível evitar um ataque de pânico?
Objetivamente, não. Mas há "fatores de proteção", segundo o especialista, como desenvolver habilidades de gerenciamento de stress por processo terapêutico, ter boas noites de sono, fazer atividade física, meditar e manter relacionamentos saudáveis.
No entanto, se as crises já estiverem acontecendo, é preciso de uma abordagem medicamentosa em alguns casos e entender os gatilhos que estão levando aos ataques através da psicoterapia, que também irá trabalhar a redução dos pensamentos catastróficos, como o medo de morrer durante os ataques.
Como diferenciar uma crise de pânico de um infarto?
Em um quadro de ataque cardíaco, apesar das semelhanças nos sintomas físicos com quadros de pânico, como palpitações ou batimentos cardíacos fortes e acelerados, não há sintomas psíquicos como despersonalização, onde a pessoa tem um estranhamento de quem ela é; desrealização, quando há sensação de distorção do espaço, além do medo de enlouquecer, de perder o controle e morrer.
"Geralmente depois que as pessoas têm um ataque de pânico procuram a emergência do hospital. Mas, na verdade, os sintomas mentais funcionam como uma interpretação desses sintomas físicos", explica o psquiatra.
Em geral, as crises de pânico duram até 15 minutos, segundo o especialista.