Gordura no fígado: João Gomes diz que parou de beber após diagnóstico; entenda condição
Embora silenciosa, a esteatose hepática pode ser o primeiro sinal de que órgão está sobrecarregado e afeta cerca de 30% da população mundial

Wagner Lauria Jr.
O cantor João Gomes decidiu parar de consumir bebidas alcoólicas após ser diagnosticado com esteatose hepática, condição popularmente conhecida como gordura no fígado. Em entrevista recente, o artista comentou sobre a mudança de hábitos:
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"Tive alucinação, estava estressado. Hoje em dia está mais de boa. Tem até no camarim [bebidas], por causa das visitas", disse, ao explicar sua escolha de evitar o álcool, mesmo nos bastidores dos shows.
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O artista, que tem 22 anos, ainda ressaltou que "foi uma decisão difícil, mas necessária".
Estima-se que a esteatose hepática afete entre 25% e 30% da população mundial, segundo a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH).
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O que é a esteatose hepática?
É um condição que se caracteriza pelo acúmulo de gordura nas células do fígado (hepatócitos). Inicialmente silenciosa, a condição pode evoluir e causar inflamações no órgão, aumentando o risco de desenvolver doenças mais graves, como fibrose, cirrose e até câncer hepático.
Apesar de muitos pacientes serem assintomáticos nos estágios iniciais, com a progressão da doença podem surgir sinais como dor abdominal, cansaço, perda de apetite, aumento do fígado e fraqueza. Em estágios mais avançados, podem ocorrer sintomas como confusão mental, hemorragias e acúmulo de líquido no abdômen.
Por causa da característica silenciosa da doença, o médico Rodrigo Souza ressalta que a recomendação é que o diagnóstico de esteatose hepática deve ser feito por realização de exames de rotina como de sangue, que avaliam as enzimas hepáticas e a função do fígado, além da ultrassonografia abdominal, que permite visualizar o fígado e identificar o acúmulo de gordura.
É só alcoólico?
Há também a esteatose hepática não alcoólica. Segundo Rodrigo, as principais causas são:
- Alimentação desequilibrada: o consumo excessivo de alimentos ricos em gordura e açúcar pode sobrecarregar o fígado;
- Sedentarismo: a falta de atividade física contribui para o acúmulo de gordura no corpo, incluindo o fígado;
- Obesidade: o excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o fígado gorduroso;
- Diabetes: o diabetes mellitus aumenta a resistência à insulina, o que pode levar ao acúmulo de gordura no fígado;
- Hipertensão: a pressão alta, quando não controlada, também pode contribuir para o desenvolvimento da esteatose hepática.
"Imagine seu fígado como uma fábrica que trabalha incansavelmente para processar tudo o que você come e bebe. Na esteatose, essa fábrica começa a acumular gordura em excesso, prejudicando seu funcionamento", ressalta o especialista.
Um alerta silencioso
Souza aponta que a esteatose hepática é uma doença silenciosa que pode ter sérias consequências para a saúde.
"Ao adotar hábitos de vida saudáveis, você pode prevenir e tratar a doença, garantindo uma vida mais longa e saudável", ressalta o médico.
Mudança de hábitos é o primeiro passo
Assim como João Gomes, que decidiu cortar o álcool da rotina, pacientes diagnosticados com gordura no fígado devem buscar mudanças no estilo de vida como forma de tratar e até reverter a condição. As principais orientações, segundo Souza, incluem:
- Alimentação equilibrada, com redução de gorduras e açúcares;
- Prática regular de atividade física;
- Controle de doenças crônicas como diabetes e hipertensão;
- Redução ou eliminação do consumo de álcool.
A depender do grau da doença, o tratamento pode incluir medicação e acompanhamento médico especializado.