Composto presente no tomate pode ajudar a prevenir o ganho de peso, diz estudo
Pesquisa também mostra que o licopeno, um dos responsáveis pela cor vermelha da fruta, também pode auxiliar na proteção do fígado; entenda

Wagner Lauria Jr.
Um dos pigmentos naturais responsáveis pela cor vermelha do tomate, o licopeno, pode também ser um aliado na luta contra a obesidade e na proteção do fígado. É o que revela um novo estudo apresentado nesta semana no American Physiology Summit 2025, o principal encontro anual da Sociedade Americana de Fisiologia (APS), em Baltimore, nos Estados Unidos.
+ 3 em cada 10 brasileiros são obesos no Brasil, aponta relatório
+ Danos no fígado podem ser revertidos com dieta e exercícios, diz estudo
Por definição, o licopeno é composto antioxidante e anti-inflamatório produzido por algumas plantas. Ele também é oferecido na forma de suplemento alimentar — embora sua eficácia e segurança como suplemento ainda não sejam avaliadas pela FDA (agência reguladora dos EUA) e nem pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
O estudo, conduzido com peixes-zebra, apontam que o licopeno melhora o funcionamento do fígado e acelera a degradação da gordura, ajudando a evitar o acúmulo de peso corporal.
“Este estudo é único porque estamos avaliando as interações entre tomates, estrogênios e mecanismos de prevenção da obesidade”, explica a bióloga Samantha St. Clair, PhD, professora assistente na Northern State University e autora principal da pesquisa.
+ Não é só uma gordurinha no fígado: mitos e verdades sobre esteatose hepática
Como o estudo foi feito?
Para avaliar os efeitos do licopeno, os pesquisadores alimentaram os peixes com diferentes combinações de dietas: normal, rica em gordura, e rica em gordura com suplementos de tomate, estrogênio ou licopeno.
Com isso, os peixes que receberam uma dieta rica em gordura combinada com extrato de tomate apresentaram melhor proteção contra o ganho de peso do que aqueles suplementados apenas com estrogênio.
Mais do que isso: os peixes alimentados com dieta rica em gordura, estrogênio e licopeno apresentaram níveis mais baixos de açúcar no sangue do que os peixes alimentados com dieta normal, sugerindo uma melhora na capacidade do fígado de processar e degradar gordura.
E o efeito foi rápido: em apenas uma semana, os pesquisadores já observaram mudanças significativas no metabolismo dos animais.
“Se uma intervenção de relativamente curto prazo ajustar o metabolismo para proteger contra o ganho de peso, isso implica que as pessoas poderiam fazer pequenos ajustes em sua dieta e ver benefícios em poucas semanas", aponta St. Clair
Qual é a importância disso?
Embora o estudo ainda esteja em fase experimental e tenha sido feito com animais, ele reforça a importância de incluir alimentos ricos em compostos antioxidantes na alimentação diária.
No futuro, entender melhor o papel do licopeno e sua ação no organismo pode abrir caminhos para novas estratégias de prevenção e combate à obesidade — uma das maiores preocupações de saúde pública no mundo todo. Além disso, os cientistas planejam investigar se diferentes tipos de tomate — que variam em concentração de licopeno — produzem impactos distintos no metabolismo.