Cirurgias menos invasivas? Veja como isso impacta o tratamento de doenças
Doenças graves, como aneurismas, agora contam com um tempo de recuperação mais curto e um risco reduzido de complicações
Brazil Health
Nos últimos anos, temos observado um progresso significativo nas técnicas e tecnologias utilizadas na cirurgia vascular. Um dos principais avanços tem sido a introdução de métodos menos invasivos, como a cirurgia endovascular. Essa técnica utiliza catéteres, stents e endopróteses, que são introduzidos por pequenos cortes de milímetros na pele.
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Isso permite a correção de doenças graves, como aneurismas, com um tempo de recuperação mais curto e um risco significativamente reduzido de complicações. Os métodos menos invasivos representam um grande marco na cirurgia vascular, trazendo mais segurança, menor tempo de afastamento das atividades e uma melhora na qualidade de vida para diversos pacientes.
A utilização de imagens de alta definição, como a ultrassonografia intravascular e a ressonância magnética, tem aprimorado nossa capacidade de diagnosticar e tratar doenças vasculares. A evolução dessas tecnologias tem permitido visualizar artérias e veias de forma mais detalhada, facilitando a identificação de problemas, a escolha do tratamento mais adequado e, em muitos casos, orientando as cirurgias menos invasivas em tempo real.
Terapias gênicas e regenerativas
Outro desenvolvimento promissor é a pesquisa sobre terapias gênicas e regenerativas. Embora ainda estejam em estágios iniciais, essas abordagens têm o potencial de promover a regeneração dos vasos sanguíneos e melhorar o fluxo sanguíneo em áreas comprometidas, especialmente em pacientes com doenças vasculares crônicas.
As terapias regenerativas já estão sendo aplicadas em certas patologias, como na cicatrização de feridas, apresentando resultados muito animadores.
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Devemos também mencionar a integração da inteligência artificial na prática clínica, que já está se tornando uma realidade. Ferramentas de aprendizado de máquina estão sendo utilizadas para analisar dados de pacientes, avaliar exames de imagem, prever complicações e otimizar planos de tratamento, permitindo uma abordagem mais personalizada e eficaz.
Por fim, não podemos esquecer a importância da conscientização sobre a saúde vascular. Programas de prevenção, que incluem orientações sobre dieta, atividade física e controle de fatores de risco, são essenciais para reduzir a incidência de doenças vasculares.
Em um mundo em que enfrentamos o crescente envelhecimento da população e o aumento dos gastos com saúde, torna-se cada vez mais evidente a necessidade de melhorar os hábitos de vida como ferramenta para prevenir doenças cardiovasculares em geral.
Em resumo, a cirurgia vascular está passando por uma transformação significativa, com novas técnicas, tecnologias e abordagens que visam melhorar o cuidado com nossos pacientes.
* Andréa Klepacz é cirurgiã vascular credenciada pelo CRM SP 128575 | RQE 51419