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Saúde

Chip hormonal de Bolsonaro: como funciona implante utilizado por ex-presidente?

Em entrevista coletiva após se tornar réu por trama golpista nesta quarta (26), ele voltou a falar sobre método para melhorar desempenho sexual

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Bolsonaro volta a falar sobre implante de chip para melhorar desempenho sexual | Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a falar sobre o uso de chips hormonais, nesta quarta-feira (26), durante entrevista coletiva após se tornar réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por participar de trama golpista.

"O Ministro Alexandre de Moraes falou: 'inclusive, ele fez um coro de imbrochável'. Qual é o problema? Chip, chip, chip", disse.

Em uma entrevista concedida no final do mês de fevereiro ao portal Leo Dias TV, Bolsonaro explicou que o implante foi colocado na região final da coluna e tem uma duração de cerca de seis meses. Na resposta, ele mencionou que não usa mais Tadalafila, medicamento também utilizado para melhorar desempenho sexual.

"Me sinto com 40 anos de idade. (...) Você com a idade chegando, vai tendo problemas", disse Bolsonaro.

Atualmente, o ex-presidente está com 69 anos.

Como funciona o chip hormonal?

A prática vem ganhando adeptos nos últimos anos e foi proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fins estéticos (entenda mais abaixo).

De acordo com o urologista Victor Portocarrero, a aplicação consiste em um pequeno dispositivo inserido no tecido subcutâneo (camada abaixo da pele). Ele possui uma combinação de hormônios bioidênticos (ou seja, os mesmos hormônios que nosso corpo produz). Entre eles, a testosterona.

Muitos chips hormonais no Brasil são produzidos em farmácias de manipulação, mas apenas o Implanon, utilizado como anticoncepcional, tem aprovação da Anvisa como medicamento formal.

Embora Bolsonaro não tenha especificado se o chip em questão foi utilizado para reposição de testosterona, a deficiência desse hormônio é comum em homens da sua faixa-etária e dentre os sintomas está a redução do desempenho sexual, segundo o especialista.

"Os níveis de testosterona diminuem com a idade: os sinais e sintomas causados ​​por esse declínio podem ser considerados parte desse processo", aponta Portocarrero

Além disso, os chips são indicados para pacientes com hipogonadismo, síndrome clínica causada por deficiência androgênica que causam diminuição da libido, disfunção erétil e infertilidade, causados pela redução da produção natural de testosterona.

"Chips da beleza" são proibidos pela Anvisa

Em novembro do ano passado, a Anvisa decidiu liberar parcialmente a fabricação, venda e uso de implantes hormonais. Com isso, o uso desses dispositivos voltou a ser permitido em tratamentos médicos de reposição hormonal, mas seguiu vetado para fins estéticos: os chamados "chips da beleza".

Antes de sua proibição pela Anvisa, em outubro deste ano, os implantes podiam ser prescritos para emagrecimento, tratamento da menopausa, antienvelhecimento, redução da gordura corporal, aumento da libido e da massa muscular. Mas já vinham sendo criticados por pelo menos 35 entidades médicas brasileiras,

Em uma carta, as sociedades médicas enfatizam os efeitos colaterais do uso da substância.

“Casos de infarto agudo do miocárdio, de tromboembolismo e de acidente vascular cerebral vêm se tornando frequentes. Complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares e infecções estão associadas ao uso dos implantes. Manifestações psicológicas e psiquiátricas como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão são cada vez mais comuns”, ressalta a nota.

Por isso também é necessário indicação e acompanhamento médico para a implante dos chips, ainda que eles sejam para reposição hormonal.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a aprovação não significa que os implantes hormonais são seguros em todos os casos.

"Ao contrário, reforça a necessidade de cautela e soma-se à resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM), que já proibia a prescrição de implantes sem comprovação científica de eficácia e segurança", ressaltou o comunicado na época.
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