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Saúde

Caso suspeito de mpox em navio que saiu do Brasil era catapora, afirma Argentina

País colocou embarcação sob quarentena enquanto exames laboratoriais eram feitos em tripulante que apresentou sintomas similares ao da doença

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De acordo com nota divulgada pelo governo argentino nesta terça-feira (20), "tripulantes indianos apresentaram lesões cutâneas compatíveis com os sintomas da doença" | Reprodução/Imagem ilustrativa
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O caso suspeito de varíola dos macacos (mpox) em um tripulante de um navio de carga que saiu do Brasil e foi colocado em quarentena pela Argentina, era, na verdade, catapora, informou o Ministério da Saúde do país.

O navio, com bandeira da Libéria, partiu de Santos, no litoral de São Paulo, com destino a Puerto San Lorenzo, em Santa Fé. Segundo o governo argentino, o protocolo de emergência de saúde pública foi acionado após um "tripulante apresentar lesões cutâneas vesiculares predominantemente no tronco e no rosto, compatíveis com sintomas de varíola dos macacos".

+ Mpox não é a "nova Covid", afirma porta-voz da OMS; o que se sabe sobre a doença?

O resultado dos exames laboratoriais da amostra coletada do tripulante deu negativo, confirmando um diagnóstico positivo para catapora. Os controles médicos, contudo, continuarão. Segundo o governo argentino, o navio permanecerá interditado até que sejam cumpridas "as garantias sanitárias exigidas de acordo com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI)".

A mpox é considerada uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre janeiro de 2022 e junho de 2024, foram registradas 209 mortes pela doença, entre 99.176 casos confirmados em 116 países. No Brasil, foram confirmados 709 casos apenas em 2024.

Na Argentina, ainda não foram registrados casos com a nova variante de varíola dos macacos Clado Ib, proveniente da África.

Por que a nova cepa de mpox é mais perigosa?

Dados recentes da OMS indicam que a nova variante 1b da mpox tem uma taxa de letalidade alarmante de mais de 10% entre crianças pequenas na África Central. Em contraste, a variante 2b, responsável pela epidemia global de mpox em 2022, tinha uma taxa de letalidade inferior a 1%.

Ainda segundo a OMS, a República Democrática do Congo enfrenta, desde 2022, um surto da doença, e a intensa transmissão do vírus entre humanos levou a uma mutação até então desconhecida.

De acordo com Vanderson Sampaio, pesquisador do Instituto Todos pela Saúde, embora a nova cepa da mpox tenha um maior potencial de transmissão, a forma de contágio permanece a mesma: por contato com a pele de pessoas infectadas.

Apesar da transmissão ocorrer principalmente entre homens, há indícios de que a infecção em mulheres grávidas pode causar sérios impactos ao feto, segundo Rosamund Lewis, líder técnica do Programa de Emergências Globais da OMS para a mpox.

Tem vacina para mpox?

Atualmente, existem três vacinas contra a mpox disponíveis globalmente, mas apenas duas são recomendadas pela OMS e aprovadas em alguns países. As vacinas são a ACAM2000, da Sanofi Pasteur, e a Jynneos (também conhecida como Imvamune ou Imvanex), desenvolvida pela Bavarian Nordic. A vacina Jynneos foi autorizada pela Anvisa em 2023.

O imunizante foi oferecido a pessoas imunossuprimidas, profissionais de laboratório que trabalham diretamente com orthopoxvírus (família do vírus da monkeypox) e pessoas que tiveram contato direto com fluidos e secreções de indivíduos com suspeita da doença. Mais de 29 mil doses da vacina contra a mpox foram aplicadas no Brasil.

No entanto, o Brasil não planeja vacinação em massa, de acordo com a ministra da Saúde, embora esteja em negociação a aquisição emergencial de 25 mil doses de vacina contra a doença.

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