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Saúde

Câncer de mama metastático: conheça avanços no tratamento da doença

Apesar de ser um diagnóstico desafiador, conquistas da medicina vêm proporcionando melhora na qualidade de vida das pacientes; entenda

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Câncer de mama metastático tem passado por evolução no tratamento | Freepik
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O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e, uma vez que se espalha para outras partes do corpo – conhecido como câncer de mama metastático – seu tratamento se torna ainda mais desafiador. Ainda assim, a boa notícia é que existem muitas maneiras de tratar a doença, melhorar a qualidade de vida e, para muitos pacientes, prolongar a sobrevida, o que vem sendo possibilitado pelos avanços da medicina.

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O papel da medicina de precisão no tratamento

O que vem chamando a atenção no tratamento do câncer de mama metastático é a medicina de precisão. Essa nova abordagem permite que o cuidado seja adaptado às particularidades de cada paciente, especialmente ao nível genético do tumor e do organismo.

Até pouco tempo atrás, o oncologista buscava implementar uma estratégia única, usando medicamentos – muitas vezes quimioterapias tradicionais – que não tinham um alvo específico. Tudo isso mudou com a oncologia de precisão.

Hoje, o raciocínio parte do conceito "o remédio certo, para quem precisa, na hora certa", utilizando exames genéticos e/ou moleculares do tumor ou da paciente, associados ou não à quimioterapia tradicional, em algum momento da doença.

Testes genéticos e novas classes de medicamentos

Esses testes ajudam a descobrir, por exemplo:

  • Se o tumor possui receptores hormonais, o que sugere que ele pode responder bem à terapia hormonal;
  • Se há alterações nos genes BRCA1 ou BRCA2, que tornam o câncer mais suscetível a um tipo específico de medicamento chamado inibidor de PARP;
  • Se há a presença de proteínas como HER2, que podem ser alvo de terapias direcionadas.

Entre outros exemplos práticos, temos os inibidores de CDK4/6, que representam um dos principais avanços no tratamento do câncer de mama com receptores hormonais positivos (o subtipo mais comum). Esses fármacos, quando associados à terapia hormonal, comprovadamente controlam a doença de forma eficaz ao desacelerar a proliferação das células malignas.

Imunoterapia e terapias conjugadas: a nova fronteira

Outra estratégia importante é a imunoterapia, que ativa a defesa natural do corpo para identificar e eliminar as células tumorais. Essa abordagem tem demonstrado resultados especialmente animadores em um subtipo mais agressivo da doença: o câncer de mama triplo-negativo, que até pouco tempo atrás contava apenas com a quimioterapia como estratégia terapêutica. Em algumas pacientes, a resposta ao tratamento tem sido duradoura, com melhora progressiva da sobrevida.

Um dos exemplos mais recentes e promissores é o uso de anticorpos conjugados a uma droga (ADCs – antibody-drug conjugate, em inglês). Sua ação é dupla: um anticorpo identifica e se acopla à célula cancerígena, enquanto a droga associada a ele destrói a célula-alvo e atinge os tecidos vizinhos, aumentando a efetividade do tratamento.

Há uma mudança significativa em curso no manejo do câncer de mama metastático. Com a medicina personalizada, o tratamento está se tornando mais eficaz graças à ciência e à maior adaptação às necessidades de cada paciente.

Esses avanços oferecem esperança às pacientes e seus familiares que enfrentam a doença. Por isso, é fundamental conversar com a equipe médica sobre o potencial de testes genéticos e moleculares que podem abrir caminho para opções modernas de tratamento, além de incentivar a participação em pesquisas clínicas que vêm crescendo no Brasil, para juntos desenvolvermos novas estratégias terapêuticas.

*Gustavo de Oliveira Bretas é oncologista credenciado pelo CRM 52.111404-2

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