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Saúde

Paciente tem remissão de câncer por 19 anos após tratamento Car-T Cell; veja como funciona

Diagnosticada com câncer raro no cérebro quando tinha 4 anos, jovem teve o caso mais longo de remissão já registrado após novo tipo de tratamento

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Mulher foi diagnosticada com neuroblastoma quando tinha quatro anos | Freepik
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Um tratamento imunológico experimental, conhecido pelo nome Car-T-Cell (veja mais detalhes abaixo), foi responsável pela remissão por 19 anos de câncer em uma paciente que foi diagnosticada com a doença rara no cérebro (neuroblastoma) quando tinha quatro anos.

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Hoje, com 23 anos, ela está livre da doença e é mãe de duas crianças. O caso foi publicado nesta segunda-feira (17), na revista Nature.

Por que o caso é importante?

O caso representa a mais longa remissão já registrada após um tratamento com células CAR-T, segundo a Revista Nature. O tratamento usa as próprias células do sistema imunológico da pessoa com câncer para o enfrentamento da doença.

Nos últimos anos, essa abordagem revolucionou o tratamento de alguns tipos de câncer no sangue, como a leucemia. Desde 2017, sete terapias com células CAR-T foram aprovadas pela FDA (agência reguladora dos Estados Unidos), e alguns dos primeiros pacientes tratados com essa tecnologia seguem livres da doença há mais de uma década. No Brasil, o médico Dimas Covas coordena um estudo no Centro de Terapia Celular (CTC) de Ribeirão Preto (SP), ligado ao Centro de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) da Universidade de São Paulo (USP).

Como funciona o CAR-T cell?

Se os tratamentos tradicionais de câncer envolvem cirurgia e quimioterapia, a terapia celular segue outra via, a da imunoterapia. "Reforça o sistema imunológico de forma que o próprio sistema da pessoa combata o câncer", define o hematologista Dimas Covas.

"A gente leva as células do sistema imunológico da pessoa com câncer, os linfócitos T, para o laboratório e modifica geneticamente essas células. Faz uma inserção, no DNA dessas células, de um receptor específico para o tumor. É como se colocasse, no DNA das células de defesa, uma chave que vai abrir a fechadura do câncer e destruí-lo", explica Covas.

O que é um neuroblastoma?

O neuroblastoma é um câncer tipicamente infantil. Atualmente, representa a terceira forma mais comum de câncer em crianças, atrás apenas da leucemia e de tumores cerebrais. Ele representa de 8% a 10% de todos os tumores infantis.

O neuroblastoma tem origem em células do sistema nervoso simpático, que controla funções como respiração, pressão arterial, batimento cardíaco e digestão. Esse tipo de câncer se desenvolve, geralmente, nas glândulas adrenais, que ficam em cima dos rins, no abdômen ou nas células nervosas próximas da coluna espinhal, os chamados gânglios dorsais. Eles também podem se desenvolver no tórax, no pescoço ou na espinha.

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