COP 30: Organização recua após polêmica em proibir venda de açaí e tucupi
Alimentos estavam vetados por serem classificados com alto risco de contaminação e toxinas

Kenzô Machida
Após polêmica, a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) retirou, neste sábado (16), a proibição dos alimentos mais tradicionais da gastronomia paraense, como açaí e o tucupi. Eles tinham sido excluídos no edital da organização da COP30 que tratava da alimentação durante o evento. A conferência climática será realizada em novembro de 2025, em Belém.
A decisão está registrada em documento assinado pelo secretário da Comissão de Avaliação da OEI, Luiz José da Silva. Com a publicação do novo documento, esses itens foram liberados para comercialização oficial durante o evento.
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Anteriormente, o tucupi (caldo típico feito da raiz da mandioca), a maniçoba (preparada com a maniva, folha da mandioca brava) e todos os tipos de açaí estavam vetados por serem classificados como alimentos com alto risco de contaminação. O edital para selecionar operadores de quiosques e restaurantes dentro da Blue Zone, de acesso restrito, e da Green Zone, de acesso à sociedade civil na COP 30 em Belém, foi publicado pela OEI, responsável por fazer as contratações para a conferência num acordo assinado com o governo federal.
Segundo o Ministério do Turismo, a atualização do edital de seleção de operadores de restaurantes e quiosques garante espaço para os sabores tradicionais do Pará na Conferência do Clima na Amazônia.
O ministro do Turismo, Celso Sabino, que é paraense, entrou na articulação para garantir que pratos e ingredientes típicos da culinária regional tenham espaço no evento. Após conversar com a OEI e com o secretário-geral da COP, Valter Corrêa, o ministro anunciou que o edital será republicado.
Em vídeo nas redes sociais, Sabino afirmou que a organização "pecou, cometeu um grave erro impedindo a entrada dos principais produtos da gastronomia paraense." De acordo com ele, o novo edital será publicado na próxima semana. "Vai ter açaí, vai ter tacacá e vai ter maniçoba na COP 30, sim" concluiu o ministro.