Canabidiol é alternativa para controlar crises de epilepsia
Pacientes de três síndromes passam a ter acesso ao medicamento de forma gratuita pelo SUS, em SP
Bruna Macedo
O estado de São Paulo passou a distribuir, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), remédios à base de canabidiol, uma das substâncias encontradas na maconha. Os medicamentos poderão ser oferecidos para pessoas com três síndromes que causam graves crises de epilepsia: Dravet, Lennox-Gasteu e Esclerose Tuberosa.
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Os remédios serão distribuídos apenas com a autorização da Secretaria Estadual de Saúde e deverão ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O paciente só poderá receber o remédio se tiver indicação médica, passar por protocolos clínicos e acompanhamento específico.
Distribuição é avanço, mas pode melhorar
Andreia Ferreira, mãe de Gabriel, criança com síndrome de Dravet, chegou a gastar R$ 5 mil por mês com outros remédios, comprometendo o orçamento da família. Com a distribuição gratuita pelo SUS, Andreia poderá poupar ou investir em outras terapias para o garoto.
“Antes, ele tinha 15 a 18 convulsões por mês, agora, já foi para 10 ou 8 por mês”, conta Andreia. Além disso, ela relata que a cognição do filho melhorou, assim como a imunidade.
De acordo com Rubens Wajnsztejn, médico neurologista e fundador da Associação Pan-americana da Medicina Canabinoide (APMC), a medida é um avanço, mas ainda existem melhorias que precisam ser feitas pela frente, assim como outros pacientes que precisam do acesso ao medicamento, mas ainda não fazem parte da lista.
Crianças autistas, por exemplo, ainda não conseguem esse acesso facilitado à substância, apenas por meio de liminar mensal na Justiça. Um processo burocrático e caro.