Saiba como é a "Papudinha", onde Anderson Torres cumpre pena por tentativa de golpe
Ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro foi preso nessa terça (25) em Brasília após STF concluir ação penal do núcleo 1


Vanessa Vitória
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça durante o governo Bolsonaro (PL), começou a cumprir nessa terça-feira (25) 24 anos de prisão em regime inicial fechado por participação na tentativa de golpe. Após conclusão do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, determinou execução da pena no 19º Batalhão da Polícia Militar (PMDF), local conhecido em Brasília como "Papudinha".
Agentes da Policia Federal (PF) estiveram na residência dele no Jardim Botânico (DF) na manhã de ontem, mas Torres só foi preso durante a tarde no escritório de um dos advogados dele no Lago Sul.
Após ser conduzido para a Superintendência da PF em Brasília para exames de corpo de delito, Anderson foi levado para o 19º Batalhão da PMDF por volta de 17h30. A carceragem da "Papudinha", apesar de estar geograficamente na área do complexo da Papuda, não faz parte da gestão da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape).

Celas ventiladas e consultório próprio: como funciona a "Papudinha"
O Núcleo de Custódia da Polícia Militar do DF (NCPM) informou que Torres tem direito à Sala de Estado-Maior individual, conforme previsão legal e determinação da autoridade competente.
O 19º Batalhão atende exclusivamente policiais militares e autoridades com prerrogativa de Estado-Maior. O núcleo oferece condições adequadas, seguras e humanizadas de custódia. As celas são ventiladas e passam por higienização diária.
As visitas ocorrem duas vezes por semana, conforme calendário institucional. A visita íntima segue as regras da execução penal.
Além disso, a "Papudinha" tem atendimento médico periódico, com consultório próprio e monitoramento contínuo da saúde dos custodiados. A alimentação é adequada às necessidades legais e assistenciais, com cardápio diferenciado para ocupantes de Sala de Estado-Maior.
O ex-ministro da Justiça vai ter acesso a remição de pena pela leitura e pelo trabalho e também a apoio espiritual.
Dos oito réus condenados em definitivo pelo Supremo Tribunal Federal (STF) como integrantes do núcleo 1 ou crucial da tentativa de golpe, Torres é o único preso na "Papudinha".
Por meio de nota, a defesa dele informou que Torres recebeu com serenidade a comunicação do ministro Moraes determinando seu recolhimento no 19º Batalhão da PM de Brasília.
Ontem, o ex-ministro discutia com seus advogados a apresentação ao STF de um recurso, cujo prazo final é o dia 3 de dezembro, quando recebeu a notícia da antecipação do trânsito em julgado e, imediatamente, decidiu se apresentar no local designado para o cumprimento da pena.
"Lamenta que as inúmeras provas que demostram não estar envolvido, direta ou indiretamente, com qualquer tentativa de golpe de estado, tenham sequer sido consideradas na decisão que o condenou a uma pena duríssima de 24 anos de prisão", afirmou a defesa de Torres.









