Caso Izabele Dinelly: jovem foi confundida com membro de facção e morta por engano em Manaus
Investigação aponta que adolescente de 15 anos sofreu tortura extrema antes de morrer; polícia apura mandantes


SBT News
com informações do Portal Norte
A Polícia Civil do Amazonas divulgou novas informações sobre a investigação do assassinato de Izabele Dinelly Martins, de 15 anos, encontrada morta após dias desaparecida em Manaus. Segundo a apuração, a adolescente foi confundida com integrante de uma facção criminosa rival e acabou assassinada por engano em um crime marcado por extrema violência.
As informações foram confirmadas por delegados da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), responsável pelo inquérito, que segue em andamento para identificar todos os envolvidos.
Na última segunda-feira (22), a polícia prendeu Robson Pinheiro Moreira, de 25 anos, conhecido como “R2” ou “2E”, durante uma operação no bairro Compensa, na zona oeste da capital. Ele foi detido em flagrante por tráfico de drogas e posse de munições e é apontado como participante direto no homicídio da adolescente.
De acordo com os investigadores, Robson tem antecedentes criminais por tráfico e roubo e mantém vínculos com uma organização criminosa, atuando como uma das lideranças da facção na região.
Adolescente foi torturada antes de morrer, diz polícia
Segundo o delegado Ricardo Cunha, Izabele foi submetida a sessões de tortura antes de morrer. A jovem deu entrada em uma unidade hospitalar da zona leste de Manaus por volta das 5h30 do dia 26 de julho, em estado gravíssimo, e não resistiu aos ferimentos, morrendo no dia seguinte
O corpo foi reconhecido oficialmente pela família apenas no dia 30 de julho, no Instituto Médico Legal (IML).
Izabele estava desaparecida desde a noite do dia 25, quando saiu da casa da tia, no bairro Santo Agostinho, zona oeste de Manaus. À família, ela disse que iria encontrar uma pessoa.
Durante a investigação, a polícia apurou que a adolescente havia ingerido bebida alcoólica antes do crime. A pessoa que esteve com Izabele horas antes do desaparecimento prestou depoimento e relatou ter mantido uma relação sexual consensual com a jovem. Segundo a polícia, até o momento, não há indícios de violência sexual relacionados a esse encontro específico.
Após esse momento, Izabele teria sido levada para uma área dominada por facções criminosas, onde ocorreram as agressões.
Crime motivado por erro de identidade
De acordo com o delegado Fernando Damasceno, a motivação do crime foi um erro de identificação. A adolescente teria sido confundida com integrante de uma facção rival, o que desencadeou a violência.
A polícia reforçou que Izabele não tinha qualquer envolvimento com atividades criminosas.
O laudo pericial apontou que a jovem teve os cabelos e as sobrancelhas raspados e apresentava múltiplas lesões pelo corpo. A causa da morte foi traumatismo craniano, além de ferimentos graves na região do fígado e dos rins.
A hipótese de violência sexual não foi descartada e segue sob análise do Instituto Médico Legal.
As investigações continuam para localizar os supostos mandantes do crime. André Trajano Feitosa e Wellington Serafim Maximiano são apontados como envolvidos na ordem da execução e são alvos das buscas.








