Azul despenca 47% na bolsa com conversão de dívida de R$ 7,4 bi em ações
Credores passarão a integrar a estrutura acionária da companhia


Exame.com
As ações da Azul (AZUL54) abriram o dia em forte queda nesta sexta-feira (26). Às 11h30, os papéis preferenciais da companhia despencavam 47%, com investidores reagindo à notícia da oferta pública de ações no valor de aproximadamente R$ 7,44 bilhões.
O objetivo é converter dívidas em capital próprio – parte do processo de reestruturação financeira. A operação foi protocolada junto à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Na primeira etapa, a Azul vai transformar obrigatoriamente parte de suas dívidas em ações. Isso inclui os títulos chamados sênior notes, emitidos pela Azul Secured Finance, que vencem entre 2028 e 2030 e pagam juros entre 10,87% e 11,5% ao ano.
Os credores desses títulos receberão ações da Azul, podendo ser na forma de ADRs, em troca do dinheiro que a empresa devia. Com isso, eles renunciam aos juros acumulados até a data da conversão.
Os detentores das notas estão organizados em duas entidades nas Ilhas Cayman, chamadas Azul 1L Creditors Entity e Azul 2L Creditors Entity. Após a conclusão da operação, essas entidades passam a ter participação no capital da Azul, o que pode alterar significativamente a estrutura acionária da companhia.
A operação prevê a emissão de 723,9 bilhões de ações ordinárias e outros 723,9 bilhões de ações preferenciais. Cada papel terá preço unitário de R$ 0,00013527 no caso das ON e de R$ 0,01014509 no caso das PN, levando ao volume financeiro estimado da oferta de R$ 7,44 bilhões.
A oferta contempla também direitos de prioridade para os atuais acionistas, com datas de corte em 19 e 30 de dezembro de 2025.
O período de subscrição prioritária vai de 23 de dezembro de 2025 a 5 de janeiro de 2026, e as novas ações devem começar a ser negociadas na B3 em 8 de janeiro de 2026, com liquidação no dia 9 de janeiro e crédito de ações (e quaisquer bônus) no dia 12 de janeiro.







