Ex-diretor da PRF Silvinei Vasques é preso no Paraguai após romper tornozeleira eletrônica
Ele foi localizado nesta nesta sexta (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, quando tentava embarcar para El Salvador


Gabriela Vieira
Cézar Feitoza
Marcela Mattos
O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques foi preso nesta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai. Ele estava tentando embarcar em um voo com destino a El Salvador, país na América Central.
Vasques teria violado a tornozeleira eletrônica em Santa Catarina e seguido para o Paraguai. Quando o rompimento foi identificado, foram disparados alertas na fronteira e a representação da Polícia Federal (PF) no país vizinho recebeu uma notificação. Para entrar no país vizinho, ele utilizou um passaporte paraguaio original, mas que não correspondia à sua identidade. Ao tentar sair do aeroporto, foi alvo de prisão pelas autoridades paraguaias.
Segundo fontes ligadas ao ex-diretor-geral da PRF, o objetivo era chegar até os Estados Unidos "para que seus direitos fossem melhores exercidos". De acordo com Marcelo Rodrigues, um dos advogados de Vasques, a defesa está se inteirando dos fatos e foi pega de surpresa pela situação. Um defensor paraguaio já foi contratado para acompanhar o caso de perto.
Condenação no STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, condenar cinco dos seis réus, incluindo Vasques, do chamado núcleo 2 da tentativa de golpe de Estado.
Grupo foi acusado de atuar de forma operacional e estratégica para viabilizar ações que buscavam romper a ordem democrática após o resultado das eleições de 2022. Vasques recebeu condenação a 24 anos e seis meses de prisão. Com o julgamento, ele também perdeu o cargo de policial rodoviário federal aposentado.
Apesar da condenação, os prazos para recursos ainda não foram concluídos e, por isso, a pena em regime fechado ainda não começou a ser cumprida. Vasques responde por tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
Segundo a denúncia, ele ordenou que a PRF "tomasse lado" na campanha de 2022 e concentrou bloqueios policiais em estradas no Nordeste para dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Vasques também já havia sido condenado na Justiça Federal do Rio de Janeiro. A decisão, que atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF), apontou que o ex-dirigente utilizou sua posição para promover a campanha de reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL) durante o período eleitoral de 2022.
Em 2023, o ex-diretor de PRF chegou a ser preso, mas foi solto posteriormente mediante medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica.







