STF realiza interrogatórios de réus dos núcleos 2 e 4 da trama golpista
Corte ouve acusados de envolvimento na tentativa de golpe em sessão virtual e de forma simultânea

SBT News
O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza nesta quinta-feira (24) interrogatório de réus dos núcleos 2 e 4 da tentativa de golpe de Estado gestada durante governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após eleições de 2022. Acusados de envolvimento na trama golpista são ouvidos em sessão virtual e de forma simultânea, a partir das 9h.
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Grupos incluem militares da reserva e ativa das Forças Armadas e aliados de Bolsonaro, como Filipe Martins, ex-assessor de assuntos internacionais do ex-mandatário, e Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, a PRF (veja composição dos núcleos 2 e 4 mais abaixo).
Interrogatórios representam uma das últimas etapas da ação penal na Corte. Julgamento que vai decidir por condenação ou absolvição de réus deve ocorrer no segundo semestre. Integrantes do núcleo 3 serão ouvidos na próxima segunda (28).
Réus do núcleo 2
Acusados do núcleo 2, segundo denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), seriam responsáveis por "gerenciamento de ações" para evitar a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter Bolsonaro no poder.
- Fernando de Sousa Oliveira (delegado da Polícia Federal, ex-diretor de Operações do Ministério da Justiça e Segurança Pública e ex-secretário-adjunto de Segurança Pública do Distrito Federal);
- Filipe Garcia Martins Pereira (ex-assessor internacional de Bolsonaro);
- Marcelo Costa Câmara (coronel da reserva do Exército e ex-assessor de Bolsonaro);
- Marília Ferreira de Alencar (delegada da PF, ex-diretora de Inteligência da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça e ex-subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança do DF);
- Mário Fernandes (general da reserva do Exército e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência);
- Silvinei Vasques (ex-diretor-geral da PRF).
Réus do núcleo 4
Já o núcleo 4, também de acordo com a PGR, reúne pessoas acusadas de divulgar notícias falsas e articular ataques virtuais a instituições, autoridades e o processo eleitoral brasileiro.
Esse grupo usou estruturas criminosas como a chamada "Abin paralela", gestada dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar desafetos políticos do governo passado e criar dossiês manipulando informações.
- Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército);
- Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército);
- Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal).
- Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército);
- Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército);
- Marcelo Araújo Bormevet (agente da Polícia Federal);
- Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército).
Todos os réus respondem por crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.