Ataque em Brown: Trump suspende sorteio de green cards após saber que atirador foi beneficiado
Natural de Portugal, suspeito chegou aos EUA em 2000 e conseguiu o visto de residência permanente 17 anos depois


Camila Stucaluc
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu suspender o programa de sorteio de visto de residência permanente no país, conhecido como green card. A decisão foi anunciada nesta sexta-feira (19), após a polícia divulgar que o suspeito do ataque na Universidade Brown foi beneficiado pelo programa.
“Esse indivíduo hediondo nunca deveria ter sido permitido em nosso país. Sob orientação do presidente Trump, estou imediatamente orientando o Serviço de Cidadania e Imigração a pausar o programa DV1 para garantir que mais americanos não sejam prejudicados por esse programa desastroso”, disse a secretária de Segurança Interna, Kristi Noem.
Criado para promover a imigração de estrangeiros de países com baixa taxa de entrada nos Estados Unidos, o DV1 disponibiliza até 50 mil green cards por ano, por meio de sorteios. Quando selecionado, o vencedor é convidado a pedir o visto de residência permanente. Posteriormente, passa por uma entrevista no consulado correspondente.
Noem não informou por quanto tempo o programa ficará suspenso. Ela reforçou, no entanto, que Trump vem tentando acabar com os sorteios desde seu primeiro mandato, em 2017, depois do ataque em Nova York que matou oito pessoas. O responsável, que teria se inspirado no grupo terrorista Estalo Islâmico, também foi beneficiado pelo programa.
Suspeito encontrado morto
O suspeito do ataque na Universidade Brown, que matou dois estudantes e feriu outros nove, foi identificado como Claudio Manuel Neves Valente, de 48 anos. Ele foi encontrado morto na quinta-feira (18), em um depósito em New Hampshire. Segundo as autoridades, o homem apresentava ferimento de bala autoinfligido, o que aponta para suicídio.
As investigações revelaram que Claudio nasceu em Portugal e era residente permanente legal nos Estados Unidos. Ele chegou ao país em agosto de 2000 como estudante na Universidade de Brown e, em 2017, obteve o visto de residência permanente. Enquanto estava na faculdade, foi matriculado em um programa de doutorado, mas abandonou o curso.
Além do ataque, Claudio é investigado pela morte do professor Nuno Loureiro, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), ocorrida dois dias antes do crime na universidade. Conforme os investigadores, ambos nasceram em Portugal e participaram do mesmo programa acadêmico entre 1995 e 2000. Assim como Claudio, Nune conseguiu obter o visto de residência permanente nos Estados Unidos em 2017.







