Saúde

Infecção urinária frequente: por que acontece e como evitar novas crises

Episódios frequentes exigem investigação, prevenção personalizada e acompanhamento ginecológico regular

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Corpo humano com rins e bexiga destacados | Imagem gerada por IA

A infecção urinária é uma das queixas mais comuns nos consultórios ginecológicos, especialmente entre mulheres em idade reprodutiva e após a menopausa. Embora a maioria dos episódios seja pontual e de fácil resolução, a repetição das crises acende um sinal de alerta. Considera-se infecção urinária de repetição quando a paciente tem três ou mais episódios em um período de 12 meses, situação que interfere no bem-estar, na rotina e até na saúde emocional.

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Por que algumas mulheres têm infecções urinárias com tanta frequência?

A proximidade da uretra com as regiões vaginal e anal favorece a entrada de bactérias e explica por que as mulheres são mais vulneráveis. Porém, quando as infecções se repetem, é importante ir além da explicação anatômica. Alterações hormonais, sobretudo após a menopausa, reduzem a lubrificação e alteram o pH vaginal, facilitando a proliferação bacteriana. Há ainda situações menos conhecidas, como cálculos renais, malformações do trato urinário ou esvaziamento incompleto da bexiga, que também aumentam o risco. Em todos esses cenários, a automedicação, prática ainda muito comum, pode atrapalhar o diagnóstico, mascarar sintomas e favorecer a resistência bacteriana, tornando os tratamentos futuros mais difíceis.

Medidas simples que fazem grande diferença

A prevenção é uma das estratégias mais eficazes para reduzir a recorrência, e muitas medidas são simples de incorporar ao dia a dia. Manter boa hidratação ao longo do dia ajuda a lavar as vias urinárias e evita a estagnação da urina, ambiente ideal para a proliferação de bactérias. Urinar sempre que sentir vontade, e logo após as relações sexuais, reduz a permanência de microrganismos na uretra. A higiene íntima deve ser feita sem exageros, com produtos suaves, para não agredir a mucosa vaginal. Para algumas pacientes, mudanças comportamentais já são suficientes para diminuir significativamente o número de episódios.

Quando essas medidas não forem suficientes, o ginecologista pode recomendar estratégias adicionais, como probióticos específicos, terapia hormonal local em mulheres na pós-menopausa, avaliação do uso de antibióticos de forma controlada ou investigação mais profunda das possíveis causas. Cada caso exige uma abordagem individualizada, respeitando o histórico clínico e as necessidades da paciente.

A importância do acompanhamento médico contínuo

O impacto das infecções urinárias de repetição vai além do desconforto físico. Muitas mulheres passam a evitar relações sexuais, viagens ou exercícios por medo de uma nova crise. Por isso, o acompanhamento regular é fundamental para devolver qualidade de vida e segurança. Com avaliação adequada e prevenção guiada por evidências, é possível reduzir significativamente a frequência das infecções e evitar complicações.

A boa notícia é que, com orientação profissional e cuidados consistentes, a maioria das pacientes consegue controlar as recorrências. O mais importante é não normalizar episódios repetidos e buscar

ajuda assim que o padrão se repetir. Prevenção, investigação correta e tratamento personalizado são as chaves para restabelecer o equilíbrio e viver com mais tranquilidade.

Dra. Ana Horovitz - CRM/SP 111739 | RQE 130806

Ginecologista

Membro da Brazil Health

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