STF faz acareações entre Freire Gomes e Anderson Torres, réus por tentativa de golpe
Depoimentos divergem sobre a participação do ex-ministro da Justiça em reuniões sobre GLO e estado de sítio
Rafael Corrieri
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), realizou nesta terça-feira (24) a audiência de acareação entre o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e ex-comandante do Exército, o general Freire Gomes. Os dois são réus por tentativa de golpe de Estado. A acareação consiste em colocar os réus frente a frente para esclarecer divergências dos depoimentos dos acusados.
Moraes questionou os réus sobre a participação de Torres em reuniões com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros ministros que abordaram a utilização da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), estado de defesa e estado de sítio, para manter Bolsonaro na presidência. O ex-ministro da Justiça manteve a sua versão e nega ter participado em alguma reunião sobre esses temas.
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O general confirmou seu depoimento que diz que Torres participou de reuniões sobre o tema. Mas, esclareceu que a discussão sobre a GLO, em que o ex-ministro esteve presente, dizia respeito sobre a instabilidade de segurança no país.
Outro ponto de divergência girou em torno da "minuta do golpe", encontrada na residência do ex-ministro da Justiça. Torres confirmou os depoimentos prévios em que afirma que não mostrou o documento para ninguém e que apenas recebeu em seu gabinete no ministério.
Por outro lado, Gomes afirma que o conteúdo da minuta do golpe era similar a documentos discutidos durante reuniões entre os dias 7/12 e 14/12 de 2023. Mesmo assim, ele afirmou que nunca disse que era o mesmo documento.
Em um dos depoimentos, Freire Gomes se referiu a Torres como assessor jurídico do ex-presidente. Durante a acareação, o ex-comandante do Exército esclareceu que, em algumas reuniões ministeriais, Torres assessorava juridicamente Bolsonaro em temas específicos. Freire Gomes afirmou que o ex-ministro nunca opinou sobre a quebra do estado de direito.
