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Seis ministros de Lula tiram férias em meio à campanha eleitoral

Viagens para as bases eleitorais nos estados servem para dar fôlego aos aliados nas disputas municipais

Seis ministros de Lula tiram férias em meio à campanha eleitoral
A campanha eleitoral começou no último dia 16 e vai até 5 de outubro, véspera do primeiro turno | Reprodução-Instagram/Diego Galba-Ascom MCTI
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Seis ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) filiados a partidos marcaram férias para o período da campanha eleitoral. Viagens para as bases eleitorais nos estados servem para dar fôlego aos aliados nas disputas municipais.

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A campanha começou no último dia 16 e vai até 5 de outubro, véspera do primeiro turno. Para o segundo turno, será realizada de 7 a 26 de outubro.

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), anunciou que irá tirar férias para ajudar na campanha de Evandro Leitão (PT) à prefeitura de Fortaleza. O candidato do PT é presidente da Assembleia Legislativa do Ceará. Ele enfrenta outros oito nomes; pesquisa Quaest divulgada em 22 de agosto mostra Evandro com 14% das intenções de voto, atrás de Capitão Wagner (União), com 31%, e José Sarto (PDT), com 22%, e empatado com André Fernandes (PL).

Camilo Santana foi eleito senador pelo Ceará em 2022, com 2.831.810 votos. Está licenciado do cargo por ser ministro da Educação. De 2015 a 2022, foi governador do estado. Na semana passada, participou do lançamento do comitê de campanha de Evandro e fez publicações de apoio ao candidato.

Ainda não há despacho de Lula no Diário Oficial da União (DOU) autorizando férias para Santana em algum momento nas próximas semanas, e o Ministério da Educação não informou quando ele tirará os dias de descanso.

O ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho (PT), por sua vez, já teve férias autorizadas para o período de 16 de setembro a 4 de outubro. Ele se afastará das funções no ministério para participar da campanha do deputado estadual Luiz Fernando (PT) à prefeitura de São Bernardo do Campo (SP), cidade berço do PT.

O candidato petista enfrenta Alex Manente (Cidadania), Claudio Donizete (PSTU), Flávia Morando (União) e Marcelo Lima (Podemos). Luiz Marinho foi prefeito de São Bernardo do Campo de 2009 a 2017. Em 2022, foi eleito deputado federal por São Paulo, com 156.202 votos; está licenciado por ser ministro do Trabalho. No fim de semana passado, participou de carreata em apoio a Luiz Fernando.

Na mesma data, participou do lançamento da candidatura de Rodrigo Valverde (PT) à prefeitura de Mogi das Cruzes (SP).

Já a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos (PCdoB), estará de férias de 27 de setembro a 4 de outubro e de 21 de outubro a 7 de novembro, de acordo com despacho de Lula publicado no DOU. Ao menos o primeiro período foi escolhido por Luciana para que possa participar da campanha do vereador Vinicius Castello (PT) à prefeitura de Olinda (PE). Ele disputa com Antônio Campos (PRTB), Clécio Basílio (PCO), Izabel Urquiza (PL), Márcio Botelho (PP) e Mirella (PSD).

Luciana Santos foi prefeita de Olinda de 2001 a 2009. Já foi também deputada estadual de Pernambuco, secretária estadual de Ciência e Tecnologia, deputada federal pelo estado e vice-governadora de Pernambuco. No dia 24, ela participou de ato de campanha de Vinicius Castello.

No domingo (25), esteve na inauguração do comitê de Chris Andrade (PCdoB), candidata a vereadora de Olinda.

Os outros ministros com férias marcadas para o período da campanha eleitoral são Waldez Góes (PDT), da Integração e Desenvolvimento Regional; Anielle Franco (PT), da Igualdade Racial; e Sônia Guajajara (Psol), dos Povos Indígenas. Pelo Diário Oficial, o primeiro esteve de férias de 26 a 30 de agosto. O ministério não confirmou se houve um motivo específico para ele tirar os dias de descanso.

No dia 24 de agosto, ele participou de um evento em Macapá para apresentação de candidatos do PDT à Câmara Municipal e de um evento de apoio à candidatura de Bala Rocha (PP) à reeleição em Santana (AP).

Anielle Franco esteve de férias de 19 a 23 de agosto. O ministério disse que não estiveram relacionadas às eleições. Já Sônia Guajajara (PSol), de acordo com o DOU, terá férias de 5 a 11 de outubro de 2024. A pasta dos Povos Indígenas não informou se há um motivo específico para ela tirar os dias de folga, que abrangem a data da realização do primeiro turno.

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No dia 24 de agosto, a ministra, que é deputada federal por SP, participou de comício de Guilherme Boulos (Psol-SP), candidato à prefeitura de São Paulo, em São Miguel Paulista, na capital. Entre os ministros do governo, estiveram presentes também Fernando Haddad (PT), da Fazenda, Paulo Teixeira (PT), do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e Silvio Almeida (sem partido), dos Direitos Humanos e da Cidadania. O presidente Lula também participou.

Na mesma data, em outro comício de Boulos, este em Campo Limpo, na capital, participaram Lula e os ministros Silvio Almeida, Marina Silva (Rede), do Meio Ambiente e Mudança do Clima, e Paulo Teixeira.

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos explica que, pela lei, os ministros de Estado têm direito a 30 dias de férias a cada exercício, os quais podem ser divididos sem limite de quantitativo.

"Por regra, há necessidade de 12 meses de exercício apenas para o primeiro período aquisitivo. Após o primeiro período as férias passam a ser direito a cada novo ano civil", aponta a pasta.

O ministro deve dar ciência ao presidente da República antes de cada período a ser usufruído.

"Vamos ter que nacionalizar"

Em 8 de dezembro do ano passado, em discurso na Conferência Eleitoral PT 2024 Marco Aurélio Garcia, em Brasília, Lula comentou sobre a participação dele, de governadores, parlamentares e ministros na futura campanha eleitoral.

"O único medo que a gente tem que ter é de trair a esperança e a expectativa que o povo brasileiro tem do PT, tem dos nossos aliados e vai ter em vocês quando vocês forem candidatos. Eu não vou poder ir em toda cidade, mas vou em algumas. Eu vou seguir a orientação do GTE [Grupo de Trabalho Eleitoral do PT]", declarou Lula na ocasião.

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Ele prosseguiu dizendo que governadores do PT teriam que "andar" e que os senadores e deputados da sigla precisariam circular pelo Brasil e não ficar apenas em seus estados. Os candidatos de Lula, entretanto, mostram dificuldades nas eleições.

"Ou seja, é uma campanha que nós vamos ter que nacionalizar. Os ministros não podem fazer campanha em horário de trabalho. Mas depois das 18h, a gente pode dar um pitaco, a gente pode dar um pitaco quando tiver acabado a jornada da gente."

Segundo o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, no último dia 8 de agosto, em reunião ministerial, Lula disse que os ministros têm absoluta liberdade para escolher seus candidatos.

"Ele também orientou que os ministros que tivessem participando das campanhas, para fazer elogios aos seus candidatos, mas não fazer críticas ao adversário, independentemente de quem seja, oposição ou base."

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), não tem férias programada para o período da campanha eleitoral, o que não significa que não participará dela. Em 25 de agosto, foi a uma missa em São Paulo com a candidata do PSB à prefeitura da capital, a deputada federal Tabata Amaral (SP).

O Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte informou que o titular da pasta, Márcio França (PSB), não pretende tirar férias no período da campanha. No último dia 23, ele participou de um ato em apoio ao candidato do PT à prefeitura de Sumaré (SP), Willian Souza. Antes, em 17 de agosto, participou de ato da candidata petista à prefeitura de Embu das Artes (SP), Rosângela Santos.

Na quinta (29), publicou um vídeo com críticas ao candidato do PRTB a prefeito de São Paulo, Pablo Marçal. França apoia Tabata Amaral.

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