"Vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições no município", diz presidente
Em discurso na Conferência Eleitoral PT 2024, petista falou que a militância "não pode ficar com medo"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta 6ª feira (8.dez) acreditar que as eleições municipais de 2024 terão, como no pleito do ano passado, um embate seu com Jair Bolsonaro (PL). A declaração foi dada durante discurso no ato político de abertura da Conferência Eleitoral PT 2024, em Brasília.
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"Essa eleição, Gleisi, eu não sei se ela será municipalizada, estadualizada ou nacionalizada. Eu sinceramente acho que essa eleição vai acontecer um fenômeno: vai ser outra vez Lula e Bolsonaro disputando essas eleições no município", pontuou.
"E vocês sabem que não podem aceitar provocação. Não pode ficar com medo, não pode ficar com vergonha, não pode enfiar o rabo no meio das pernas. Vocês sabem que um cachorro quando late para a gente, a gente não baixa a cabeça, a gente late para ele também, para ele ficar com medo da gente. E a gente vai ter que mostrar que nós queremos exercitar a democracia. Vamos fazer as eleições mais competitivas possíveis, mas a gente não vai ter medo de ninguém", acrescentou, se dirigindo à militância petista que acompanhava o discurso, no Auditório Master do Centro de Convenções Ulysses Guimarães.
O petista prometeu visitar cidades pelo Brasil em 2024 e defendeu que senadores e deputados andem pelo país no próximo ano, não ficando apenas nos seus estados. "Ou seja, é uma campanha que nós vamos ter que nacionalizar. Os ministros não podem fazer campanha em horário de trabalho. Mas, depois das 18h, a gente pode dar um pitaco, quando tiver acabado a jornada da gente. O importante é que essas eleições não é que ela é decisiva para 2026, não. A eleição municipal é estranha, porque muitas vezes o cara que ganha em 2024 estará ruim em 2026".
Outra promessa feita por Lula é de que será "um bom cabo eleitoral". "Fazendo as coisas corretas para vocês sentirem orgulho daquilo que está acontecendo no Brasil. E posso dizer para vocês, em nome de todo o governo, a gente não vai falhar, a gente não vai errar, a gente vai outra vez ser motivo de orgulho das mudanças positivas que vão acontecer nesse país".
Segundo ele, 90% do que seu governo anunciou até o momento ainda "não brotou". "E é o ano que vem. É o ano que vem que vai começar a brotar, e vocês vão estar em campanha, e vocês vão ter orgulho de dizer 'nunca se tratou quilombola como está sendo tratado, nunca se tratou indígena como está sendo tratado, nunca se respeitou tanto as mulheres como agora, nunca se respeitou tanto a juventude, nunca se criou tantas políticas públicas para atender a diversidade do nosso povo', e é isso que vai acontecer".
O petista ressaltou que o que ganha as eleições, atualmente, é a narrativa do projeto que se deseja para o país, para o estado e para a cidade. "É a gente ter coragem de dizer que a democracia é um valor fundamental, não é uma coisa qualquer, e nós aprendemos a gostar da democracia com os quatro anos de experiência que tivemos agora há pouco, com os quatro anos do [Donald] Trump, nós aprendemos a amar o que quer democracia".
Credibilidade
Ainda no discurso, Lula disse que o PT "precisa voltar um pouco a ser como era no começo" para reconquistar a credibilidade que muitas vezes perde com as facilidades. A fala veio logo após ele relembrar que, no início, a sigla fazia campanha andando e conversando com as pessoas de casa em casa, na feira, na porta de fábrica, na porta de banco e no comércio. Com essas atitudes, falou Lula, o PT se transformou no partido mais importante da esquerda na América Latina.
Posteriormente, o petista pontuou que a sigla precisa ter a coragem "de escolher o melhor" para disputar as eleições de 2024. "Não pode ser as briguinhas internas do PT. A gente tem que escolher o melhor, aquele que vai melhor defender o partido, aquele que vai melhor defender as coisas do governo, aquele que vai melhor apresentar a proposta para a sociedade. Nós temos experiências exitosas. Se a gente não tiver candidato a prefeito, esse cara bom pode ser candidato a vereador".
Também conforme Lula, o Partido dos Trabalhadores não pode ter "candidato querendo comprar apoio de um líder de bairro". "Nós não podemos ter candidato querendo comprar apoio, não. O apoio a gente conquista, a gente trabalha, a gente vai para a rua, a gente monta comitê, monta grupo de pessoas para nos ajudar, sempre foi assim. Por que está difícil? Porque o nosso partido também tem problemas".
O petita ressaltou que se a sigla não possuir condições de ter uma candidatura competitiva, que possa orgulhar a legenda na campanha, o PT precisa "procurar aliados para fazer acordo". "A gente, se não tem um candidato, tem que apoiar um cara mais próximo de nós. Um cara disposto a construir uma linha programática para a cidade conosco. A gente pode fazer as pessoas assumirem o compromisso. Temos que fazer acordo com os partidos de esquerda, com pessoas democráticas, com pessoas que vão cumprir aquilo que acordarmos".
Para Lula, o PT poderá ter "uma extraordinária vitória nessas eleições". "E depende única e exclusivamente da capacidade nossa de fazer campanha, de fazer aliança e de escolher os melhores para nos representar".
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