Política

"Se tiver filho meu metido nisso, será investigado", diz Lula sobre fraude no INSS

Presidente respondeu a pergunta sobre suspeitas de ligações entre Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, com o Careca do INSS, pivô do escândalo

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Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), o presidente Lula (PT) disse defender sem ressalvas as investigações sobre as fraudes no INSS ao ser questionado sobre suspeita de envolvimento de um de seus filhos, Fábio Luis Lula da Silva, conhecido como Lulinha.

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"Se tiver filho meu metido nisso, será investigado", disse Lula, segundo quem as investigações foram feitas e requisitadas por seu governo. 

A decisão do ministro André Mendonça, que embasou a operação desta quinta-feira (18), relata que a Polícia Federal identificou tratativas internas de Antônio Carlos Camilo Antunes, o “careca do INSS”, citando o pagamento de R$ 300 mil ao “filho do rapaz”, expressão usada em mensagens apreendidas.

As mensagens foram trocadas entre o "careca do INSS" e Milton Salvador de Almeida Júnior, apontado como operador financeiro do grupo.

Segundo o laudo da PF, os diálogos extraídos do telefone de Milton mostram que Camilo Antunes determinou o pagamento de mais uma parcela de R$ 300 mil e, ao ser questionado sobre quem seria o destinatário, respondeu de forma cifrada: “o filho do rapaz”. 

Em seguida, Milton encaminhou mensagem comprovando a realização do pagamento, no mesmo valor, para a empresa RL Consultoria e Intermediações LTDA, que funcionaria como empresa de fachada do esquema.

A Polícia Federal afirma que, pelo contexto das mensagens e pela dinâmica financeira apurada, o valor de R$ 300 mil pago à RL Consultoria não se destinava à prestação real de serviços, mas sim a beneficiar o “filho do rapaz”, expressão usada para ocultar o verdadeiro destinatário final do dinheiro.

Relatórios de inteligência financeira (RIFs) citados na decisão indicam que a RL Consultoria recebeu, ao todo, R$ 18,27 milhões, parte relevante transferida por empresas ligadas diretamente ao "careca do INSS".

A decisão informa que a RL Consultoria tem como sócios Roberta Moreira Luchsinger, amiga de Lulinha, e seu pai.

A decisão do ministro e o relatório constante no texto não fazem ligação entre "o filho do rapaz" e o filho de Lula.

De acordo com um investigador, só há essa referência e ela ainda será investigada.

Lulinha tinha o nome ligado às suspeitas envolvendo o INSS pela relação de proximidade com o "careca do INSS", apontado pela Polícia Federal como o líder da organização criminosa responsável pelos descontos fraudulentos de aposentados.

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