PSDB fica sem vereadores em dois dos maiores colégios eleitorais do Brasil
Janela partidária causou debandada de parlamentares da legenda; São Paulo e BH ficaram sem nenhum representante do partido
Em meio a um racha interno, o PSDB vive uma debandada de vereadores em todo o país. Nas capitais dos principais colégios eleitorais do Brasil – São Paulo e Belo Horizonte –, o partido ficou sem nenhum representante após o fim da janela partidária.
A janela partidária garante que um parlamentar eleito troque de legenda sem perder seu mandato para o suplente. O prazo estabelecido pela legislação eleitoral se encerrou no sábado (6).
Reduto político do PSDB por 28 anos, quando o estado foi comandado por governadores tucanos como José Serra (2007-2010) e Geraldo Alckmin (2001-2006 e 2011-2018), a capital paulista reflete bem a implosão causada dentro da legenda.
O partido ainda era considerado uma grande força na cidade de São Paulo, mas tudo mudou quando a direção nacional do PSDB decidiu não apoiar a reeleição de Ricardo Nunes (MDB) à Prefeitura. Parte dos filiados da sigla queria continuar com o atual prefeito, já que consideram o governo dele uma continuidade do de Bruno Covas (PSDB), morto em 2021.
No entanto, o novo presidente do diretório municipal do PSDB, José Anibal, já afirmou que a legenda não vai apoiar Nunes, por causa da aproximação do emedebista com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão fez com que os oito vereadores do partido pedissem desfiliação durante a janela partidária. Eles formavam a maior bancada da Câmara Municipal de São Paulo – empatados com o PT.
Veja a situação atual dos antigos vereadores do PSDB em São Paulo:
Aurélio Nomura - vai para o PSD
Carlos Bezerra Júnior, vereador licenciado, que ocupava o cargo de secretário de Assistência e Desenvolvimento Social da Prefeitura - vai para o PSD
Fábio Riva, líder do governo na Câmara - vai para o MDB
Gilson Barreto, líder da bancada do PSDB na Câmara - ainda não anunciou novo partido
João Jorge - ainda não anunciou novo partido
Rute Costa - vai para o PL
Sandra Santana - vai para o MDB
Xexéu Tripoli - ainda não anunciou novo partido
Beto do Social, suplente que atuou até março de 2024 - vai para o Podemos
BH e Rio
Em Belo Horizonte, o único representante eleito, Henrique Braga, se filiou ao MDB. Segundo ele, a mudança aconteceu pela "desonestidade" do partido.
"O PSDB foi muito desonesto comigo. Depois que trocaram a liderança municipal, o novo presidente começou a passar recadinho para mim, como se eu fosse estudante do jardim de infância. Sempre me ameaçando, me chantageando, de que eu não teria legenda", disse em um discurso no plenário da Casa.
No Rio, o PSDB não tinha conseguido eleger nenhum vereador, mas registrou a filiação de Teresa Bergher à legenda. A informação foi confirmada no domingo (7).