"O Brasil precisa rever seus gastos para ontem", diz deputado Danilo Forte
Ao Perspectivas, afirmou que "não tem sentido" o país "financiar o refrigerante", em referência a subsídios dados pelo governo a indústrias já consolidadas
O deputado federal Danilo Forte (União Brasil-CE) disse, em entrevista ao programa Perspectivas, nesta terça-feira (18), que "o Brasil precisa rever seus gastos para ontem", apesar da "dificuldade em cortar" despesas públicas. Assista no canal do SBT News no YouTube.
Na conversa com a jornalista e apresentadora Nathalia Fruet, o congressista afirmou que "não tem sentido" o país "financiar o refrigerante", em referência a subsídios dados pelo governo a indústrias já consolidadas no Brasil.
O atual presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico na Câmara disse que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realiza o "encaminhamento de subsídios a setores da economia ultrapassados", o que analisa como causa de altos custos da máquina pública.
"O Brasil tem quase R$ 500 bilhões por ano de subsídios, ou seja, dinheiro que o estado deixa de arrecadar em função de isentar pagamentos de altos impostos", explicou.
Quando questionado sobre exemplos desses subsídios que julga serem "desnecessários", pois já contemplam indústrias conhecidas pela União, o congressista citou o carvão mineral. Para ele, trata-se de um modelo de energia "mais ultrapassado".
Forte justifica que a fonte é a que "mais emite carbono" e que metade "ainda é exportado". "Ou seja, nós estamos contribuindo para o aquecimento global com dinheiro, no Brasil e na América do Sul", analisou o deputado do União Brasil, partido com dois ministérios na Esplanada (Comunicações e Turismo).
"É necessário que haja uma revisão, e uma revisão de setores que já estão consolidados", julgou, elencando um novo exemplo: a fabricação de automóveis. Para ele, uma "coisa é inovação". "Agora, financiar a indústria automobilística, como o Brasil financia, para emitir carbono e para, inclusive, criar um mercado consumidor, ao invés de melhorar o transporte público, está errado", completou.
O deputado disse que concorda com a iniciativa do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de questionar esses subsídios dados pelo governo: "Quais são os que a sociedade quer continuar pagando?".
Porém, Danilo Forte ressalta não ser contra abrir mão de impostos. "A gente quer subsidiar atividades que não estão no presente [...] Porque são receitas que não temos ainda".