Alta de subsídios preocupa Lula, afirmam Tebet e Haddad
Mais de R$ 640 bilhões foram gastos com benefícios financeiros concedidos pelo governo e renúncias fiscais
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, relataram nesta segunda-feira (17) a preocupação do presidente Lula a respeito do volume de renúncias fiscais e de benefícios financeiros concedidos pelo governo federal. O valor chegou a R$ 646 bilhões em 2023.
Os dois apresentaram o número ao presidente e, segundo Tebet, Lula pediu que a equipe econômica apresente alternativas para reduzir os incentivos fiscais e os subsídios. “O presidente ficou extremamente impressionado, mal impressionado, com o aumento dos subsídios, que está batendo quase 6% do PIB do Brasil”, comentou a ministra.
Reunião
Tebet e Haddad se encontraram com o presidente para tratar das contas do governo federal no ano passado e da proposta do Orçamento Geral da União para 2025, que deve ser elaborada ainda este mês e enviada ao Congresso até 30 de agosto.
Haddad disse ter apresentado um quadro de evolução dos gastos públicos federais. Ele citou a redução da carga tributária e disse que Lula ficou surpreso com a queda do indicador.
“A carga tributária no país caiu mais de 0,6% do PIB, o que foi considerado pelo presidente bastante significativo, à luz das reclamações que o próprio presidente nem sempre compreende de setores isolados que foram, enfim, instados a recompor essa carga tributária que foi perdida”, afirmou.
No ano passado, a prévia da carga tributária caiu de 33,07% para 32,44% do Produto Interno Bruto (PIB). O principal fator foi a isenção de tributos sobre os combustíveis, além da diminuição do pagamento de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
A proposta para o orçamento de 2025 deve conter um plano de corte de gastos, que já está sendo discutido nos dois ministérios. Na semana passada, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou, com ressalvas, as contas do primeiro ano de mandato do atual governo do presidente Lula. A principal foi a criação de 32 desonerações tributárias que fizeram a administração deixar de arrecadar R$ 68 bilhões.