Novo Ensino Médio é aprovado na Câmara com mais tempo para disciplinas obrigatórias
Projeto flexibiliza cronograma para estudantes que optarem por cursos técnicos; texto agora segue ao Senado
A reforma do ensino médio avançou na Câmara dos Deputados. Deputados aprovaram, nesta quarta-feira (20), o projeto que ficou conhecido como Novo Ensino Médio. A medida estabelece uma reformulação para a etapa do ensino, com uma carga horária maior para disciplinas obrigatórias. O texto também apresenta diferentes áreas de estudo e flexibilização de horário para estudantes que optem pelo ensino técnico.
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Na prática, o currículo do ensino médio vai priorizar a formação geral básica, que contempla ao menos três áreas do conhecimento. A escolha por elas pode variar de acordo com o local e sistema de ensino. As opções são:
- linguagens, matemática e ciências da natureza;
- linguagens, matemática e ciências humanas e sociais;
- linguagens, ciências humanas e sociais e ciências da natureza;
- matemática, ciências humanas e sociais e ciências da natureza;
- formação técnica e profissional
Além dos pontos, o ensino de língua espanhola passou a ser facultativo. O inglês será o único idioma estrangeiro obrigatório.
O projeto mantém o total de 3 mil horas em aulas para todo o ensino médio, mas altera a divisão entre elas: ficaram 2.400 para disciplinas obrigatórias e 600 para disciplinas optativas.
Há, ainda, horário flexível para a formação técnica. Estudantes que optarem pelo ensino médio ao mesmo tempo do curso técnico terão que cumprir, pelo menos, 2.100 horas de disciplinas obrigatórias.
A discussão em relação a grade horária foi o maior entrave de negociações entre deputados. O relator do texto, deputado Mendonça Filho (União-PE), que foi ministro da Educação no governo de Michel Temer e responsável pela reforma do ensino médio, definida em 2017, defendia uma redução da formação básica para dar mais tempo em disciplinas optativas. O governo, por sua vez, conseguiu aumentar o tempo para a formação básica.
Ao SBT News, o ministro da Educação afirmou que a adequação se dá como uma intenção de aperfeiçoar a etapa do ensino “O importante é o diálogo, construção, o que nós queremos é melhorar o ensino médio”, diz. A expectativa da pasta é que a proposta passe pelo Senado ainda no primeiro semestre, de forma que as adequações possam valer para o ano de 2025.
"Quando a gente sai da escola do ensino médio, quase meio milhão de jovens, alguma coisa está errada. Quando você vê reprovação, distorção entre idade e série. Então, nós precisamos ter um ensino médio que seja atrativo ao jovem, que possa se sentir, enxergar no Ensino Médio um futuro para ele”, declara.