Nikolas Ferreira e outros políticos são denunciados por campanha de desinformação nas eleições contra Fuad Noman
Ministério Público Eleitoral aponta que políticos espalharam vídeos e publicações falsas nas redes sociais associando Noman a pedofilia

Estado de Minas
SBT News
O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou, nesta terça-feira (8), o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e outros políticos por promover uma campanha de desinformação contra o então prefeito e candidato à reeleição em Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), que morreu em março deste ano.
Além de Nikolas, foram denunciados o deputado estadual e candidato derrotado à Prefeitura de BH Bruno Engler (PL), a ex-candidata a vice-prefeita Coronel Cláudia Romualdo (PL), a deputada estadual Delegada Sheila (PL) e o candidato a vereador Victor Lucchesi (PL), que firmou um acordo de não persecução penal.
Segundo o MPE, os denunciados sabiam que as informações divulgadas eram falsas. Os denunciados podem perder seus direitos políticos caso sejam condenados.
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A campanha espalhou vídeos, propagandas de rádio e publicações nas redes sociais associando Noman a pedofilia, usando trechos do livro de ficção “Cobiça”, lançado pelo político em 2020, e o acusaram, sem provas, de expor crianças a conteúdo impróprio durante um festival de quadrinhos organizado pela Prefeitura.
Na época, a Justiça Eleitoral reconheceu as publicações como falsas e ordenou a remoção do conteúdo, mas Nikolas Ferreira se recusou a retirar as postagens.
Durante a campanha, Bruno Engler chegou a questionar Fuad Noman sobre o livro em um debate, afirmando que a obra relatava “o estupro coletivo de uma criança de 12 anos”. Noman respondeu que as acusações eram falsas e que o livro tratava de denúncias fictícias, criticando a distorção do conteúdo.
Todos os denunciados foram procurados pela reportagem, mas ainda não se manifestaram.
Suplente de vereador fecha acordo com a Justiça
Victor Lucchesi, suplente de vereador com 2.782 votos, aceitou um acordo no qual se compromete a não disputar eleições em 2026, pagar mais de R$ 31 mil de indenização por danos morais a uma entidade e publicar uma retratação em suas redes sociais, reconhecendo que participou da divulgação das falsas acusações. O acordo ainda aguarda homologação da Justiça.
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