Desaprovação de Lula cai e aprovação atinge melhor nível em 2025, diz pesquisa AtlasIntel
Além de ligeira recuperação da popularidade do presidente, levantamento mostra queda na imagem negativa de Haddad e preocupação com a corrupção
Warley Júnior
A nova edição da pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (8), mostra que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alcançou em junho o maior índice de aprovação do governo em 2025: 47,3%. O número representa uma alta em relação aos 45,4% registrados em maio. Já a desaprovação caiu de 53,7% para 51,8%.
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As avaliações do governo se mantiveram relativamente estáveis. A parcela da população que classifica a gestão como "ruim ou péssima" caiu para 51,2%, enquanto em maio era de 52,1%. A avaliação como "ótima ou boa" teve uma leve queda de 41,9% para 41,6%.
A imagem pessoal de Lula também melhorou, com aumento de 2 pontos percentuais na avaliação positiva e redução de 1 ponto na negativa. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também teve leve recuperação: imagem negativa caiu 5 p.p., enquanto a positiva subiu 3, resultando no menor saldo negativo desde janeiro.
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Na economia, a confiança do consumidor voltou a crescer. O índice que mede expectativas futuras subiu em junho, após queda no mês anterior. A percepção de inflação atual caiu de 7% para 6,2%, e a expectativa para os próximos meses foi de 5,7% para 5,2%.
A corrupção continua sendo apontada como o principal problema do país por 58% da população. Criminalidade e tráfico de drogas perderam espaço na lista de preocupações, e a economia/inflação também apresentou queda nas menções.
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Embora 81,5% dos brasileiros concordem que a democracia é a melhor forma de governo, mais da metade (54,2%) se diz insatisfeita com o funcionamento da democracia no país. O dado contrasta com a percepção de que o modelo democrático brasileiro é mais forte ou tão forte quanto o de outros países da América Latina (56,9%).
A desconfiança nas instituições é alta:
- 82% dizem ter pouca ou nenhuma confiança na imprensa;
- 90% não confiam nos partidos políticos;
- 59,1% não confiam no sistema judiciário para aplicar a lei de forma justa.
Além disso, 53,3% defendem uma regulação mais rígida das redes sociais, e grandes maiorias apoiam a remoção imediata de conteúdos como fake news, discursos de ódio e incitação à violência. No entanto, 46% temem riscos de censura, especialmente se as regras forem definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Eleições 2026
A pesquisa testou cenários eleitorais para a disputa presidencial de 2026. Em uma eventual repetição do primeiro turno de 2022, Jair Bolsonaro (PL) aparece com 46% das intenções de voto, contra 44,4% de Lula – uma diferença de 1,6 ponto. Em relação ao mês anterior, a vantagem do ex-presidente caiu.
Nos cenários com novos nomes, Lula lidera com folga. Contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), o petista tem 44,6%, enquanto o governador de São Paulo aparece com 34%.
Quando a candidata é Michelle Bolsonaro (PL), Lula tem 45% das intenções de voto, enquanto a ex-primeira-dama marca 30,4%. Em relação a maio, o percentual de Michelle diminuiu 3,1 pontos percentuais e o de Lula aumentou 0,6 p.p.
No cenário com Haddad como candidato do PT, o atual ministro da Fazenda empata tecnicamente com Tarcísio. Ciro Gomes aparece com 8,3%. Nenhum outro candidato ultrapassa 5%.
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Nas simulações de segundo turno, Lula aparece tecnicamente empatado com Bolsonaro (48,6% contra 47,8%). Em relação a Tarcísio e Michelle, Lula possui vantagens de apenas 0,7 p.p. e 0,5 p.p., respectivamente. Já contra nomes como governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e Paraná, Ratinho Jr. (PSD), Lula venceria com ampla margem.
A pesquisa ouviu 2.621 pessoas entre os dias 27 e 30 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
