Haddad diz que oposição é "irresponsável" e age para beneficiar "meia dúzia de empresários"
Ministro também criticou patriotas que batem "continência para a bandeira dos Estados Unidos"

Rafael Corrieri
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que a extrema direita brasileira é "antinacional" e que a oposição age com irresponsabilidade, atuando para beneficiar "meia dúzia de empresários". "Não está colaborando com os interesses nacionais", criticou.
"A extrema direita é antinacional. Ela não está colaborando com os interesses nacionais. Hoje, em virtude dessa oposição completamente irresponsável, estamos deixando as Forças Armadas, que não têm verbas vinculadas, sem recurso. O Itamaraty sem recurso. Tudo isso para beneficiar meia dúzia de empresários”, afirmou Haddad em entrevista ao site Metrópoles.
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O ministro também criticou os que se chamam de patriotas, mas batem continência para bandeira dos Estados Unidos.
"Que patriota é esse? Uma pessoa que bate continência para a bandeira americana, diz 'I love you' ['eu te amo', em tradução livre] para o presidente dos Estados Unidos e está torcendo para um golpe externo", afirmou Haddad, sem citar diretamente episódio em que Bolsonaro teria dito essa frase ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2019.
IOF
Haddad afirmou nesta terça que vai se reunir com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), nos próximos dias. Os Poderes estão envolvidos em uma disputa sobre alta no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Os decretos do Executivo foram derrubados pelo Legislativo e o caso foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu validade tanto de atos do governo quanto da decisão do Congresso que sustou alta do imposto. Haddad disse querer diminuir atrito entre os Poderes e afirmou que ambos não querem brigar.
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"Vamos nos ver em breve. Olha, quando um não quer, dois não brigam. Nós não vamos brigar, porque, no caso aqui, nenhum dos dois quer", disse Haddad.
O STF marcou uma audiência de conciliação sobre impasse do IOF para o dia 15 de julho, com a presença de representantes do Executivo e do Legislativo.
O ministro afirmou ainda que não tem o direito de ter uma "relação estremecida" com Motta. Segundo ele, o país depende de uma boa atuação do presidente da Casa Baixa.