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Política

Mourão atribui invasões de 8 de janeiro à "inação" do governo Lula

Ex-vice de Bolsonaro culpa governo Lula por falhas na segurança e cita protocolos não acionados em depoimento nesta sexta-feira (23)

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Em depoimento como testemunha no inquérito sobre os atos de 8 de janeiro, o general da reserva Hamilton Mourão criticou a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que as invasões aos prédios públicos foram resultado da "inação" do governo federal. As declarações foram dadas nesta sexta-feira (23) durante interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Mourão, que foi vice-presidente no governo Bolsonaro, relatou que soube dos ataques em tempo real por um telefonema de seu filho. Em sua análise, comparou a situação ao período do impeachment do ex-presidente Fernando Collor (1992), quando, segundo ele, havia um protocolo de segurança ativado pela Presidência e pela Casa Militar para conter distúrbios.

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"Na época do impeachment de Collor, existia um planejamento que, ao detectar ameaças, acionava forças policiais e militares para evitar badernas", disse Mourão. Ele citou ainda o "Badernaço" de 1986 — protestos violentos contra o Plano Cruzado — como marco para a criação desses procedimentos de segurança na Esplanada dos Ministérios.

Questionado pelo advogado Paulo Amador, que defende Jair Bolsonaro no caso, Mourão afirmou que o que ocorreu em 8 de janeiro foi "uma inação do governo de turno", que deveria ter mobilizado as forças necessárias para impedir as invasões.

O general também mencionou a existência de uma "sessão de inteligência" dentro dos comandos militares, responsável por avaliar informações em tempo real, sugerindo que o governo tinha meios para evitar os ataques.

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Quando o advogado tentou questionar se Mourão acreditava que os atos foram orquestrados, o ministro Alexandre de Moraes interrompeu, afirmando que "a testemunha não é perita" e não deveria tirar conclusões, limitando-se a relatar fatos.

As declarações de Mourão reforçam a tese defendida por bolsonaristas de que o governo Lula teria sido omisso, enquanto a oposição argumenta que as invasões foram estimuladas por grupos extremistas alinhados ao ex-presidente Bolsonaro. O depoimento integra as investigações que apuram responsabilidades pelos ataques que destruíram sedes dos Três Poderes, em Brasília.

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