Publicidade
Política

Coronel afirma que Braga Netto jogava vôlei durante ataques do 8 de janeiro

Testemunha relata que ex-ministro estava no RJ, longe dos atos golpistas; Moraes questiona suposta defesa do Exército como "poder moderador"

Imagem da noticia Coronel afirma que Braga Netto jogava vôlei durante ataques do 8 de janeiro
General Braga Netto, ex-vice na chapa de Bolsonaro em 2022 | Reprodução
,
Publicidade

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o coronel Waldo Manuel de Oliveira Aires, amigo do general e ex-ministro (da Defesa e da Casa Civil) Walter Souza Braga Netto desde 1975, declarou que o réu estava jogando vôlei na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Segundo o militar, Braga Netto só tomou conhecimento dos atos golpistas após receber um telefonema de seu filho e teria ficado "surpreso", pois, em sua visão, "manifestações conservadoras historicamente são pacíficas".

+ Ex-diretor da Abin afirma que gestores foram relutantes contra fiscalização em programa espião

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, no entanto, questionou o coronel sobre publicações em redes sociais nas quais ele defendia o Exército como "poder moderador" – uma tese frequentemente associada a setores que apoiavam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e buscavam justificar intervenção militar.

Aires afirmou não se lembrar dos detalhes das postagens, mas admitiu que pode ter mencionado o artigo 142 da Constituição, desde que respeitadas "as instâncias competentes".

+ Trama golpista: agente da PF denunciado é transferido após risco de fuga

O depoimento integra processo que investiga envolvimento de autoridades e apoiadores do governo Bolsonaro em atos antidemocráticos. O julgamento segue com oitiva de outras testemunhas e análise de documentos. Braga Netto, candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022, é acusado de omissão e possível cumplicidade com os ataques.

A defesa sustenta que ele não tinha responsabilidade direta sobre a segurança naquele dia. O caso reacende debate sobre o papel das Forças Armadas na política e a postura de militares durante a escalada de tensão que culminou nos ataques de 8/1.

+ Ex-comandante do Exército nega ter impedido entrada da PMDF em QG na noite de 8 de janeiro

Nessa quinta (22), falaram as testemunhas escolhidas pelo ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator no processo, tenente-coronel Mauro Cid.

Foram ouvidos nesta sexta de manhã:

  • Delegado Carlos Afonso Gonçalves Gomes Coelho, testemunha do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Coronel do Exército Waldo Manuel de Oliveira Aires, testemunha de Braga Netto.

No período da tarde:

  • Senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente: indicado pelo general Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência, e também por Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército, e Braga Netto;
  • Alex Dall'Osso Minussi, coronel do Exército;
  • Gustavo Suarez da Silva, coronel, ex-GSI;
  • Comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, testemunha de Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  • José Aldo Rebelo Figueiredo, ex-ministro da Defesa no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade