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Política

Moraes repreende ex-general do Exército por mudança de depoimento sobre Bolsonaro

Ex-comandante Marco Antônio Freire Gomes foi ouvido no Supremo em 19 de maio, como testemunha de acusação na investigação sobre a trama golpista

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes repreendeu o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes sobre alteração de depoimento dado à Polícia Federal (PF) em 2024. Gomes foi ouvido no Supremo em 19 de maio, como testemunha de acusação na investigação sobre uma possível trama de golpe de Estado em 2022.

Nos vídeos sobre os depoimentos, divulgados pelo STF nesta terça-feira (3), o ex-comandante negou que tenha dado voz de prisão ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) devido a movimentações antidemocráticas. Ele afirmou que teria feito apenas um alerta ao ex-chefe de Estado, mas que houve uma “má interpretação” da sua fala.

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“Eu alertei ao senhor presidente, com toda a educação dentro de um aspecto bem cordial, de que as medidas que eventualmente ele quisesse tomar ele deveria atentar para os diversos aspectos aí, sejam os apoios nacional e internacionalmente, até a questão do próprio congresso e a parte jurídica [...] A mídia até reportou que ali eu teria dado voz de prisão ao presente e não aconteceu isso de forma alguma. Acho que é uma má interpretação”, disse.

O momento da possível voz de prisão de Gomes à Bolsonaro foi relatado em interrogatório da PF pelo ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos Baptista Júnior. O chefe da FAB afirmou que teria presenciado o momento e que a posição incisiva do militar foi decisiva para impedir concretização do Golpe de Estado.

À PF, Freire Gomes afirmou que Bolsonaro tinha tratado de minutas golpistas em reunião com os militares e que ele teria sido contrário. Ao STF, no entanto, o ex-general disse que não se lembrava de ter afirmado no interrogatório que o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, foi a favor da trama golpista.

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“Ele [Almirante Garnier] também foi surpreendido por aquilo tudo ali. Não me lembro de ele ter dito, apenas demonstrou, vamos dizer assim, o respeito ao comandante em chefe das Forças Armadas e que não tinha opinião efetiva naquele momento. Não interpretei como qualquer tipo de conluio”, afirmou Freire Gomes.

Em seguida, Moraes falou à defesa do ex-comandante que as testemunhas ouvidas no STF não podem “omitir” informação e afirmar que não lembram do que falaram em depoimento à PF. O ministro disse ainda que na condição de um ex-comandante do Exército, Gomes estaria “preparado para lidar sobre tensão” no interrogatório e no depoimento atual.

“Dr. Paulo, por favor, queria advertir a testemunha novamente dos termos do artigo 342. A testemunha não pode omitir o que sabe. Então eu vou aqui dar uma chance de falar a verdade. Se mentiu na polícia, tem que dizer que mentiu na polícia. Não pode, agora, perante o Supremo Tribunal Federal, falar que não lembra, que talvez estava focado somente no que pensava”, advertiu.

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