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Política

Moraes lembra discurso de Bolsonaro sobre eleições: "Só saio preso, morto ou com vitória"

Ex-presidente disse em 2021 que jamais aceitaria uma derrota democrática nas urnas

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Bolsonaro e Moraes | Antônio Augusto/Secom/TSE
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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, disse nesta terça-feira (9) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deixou claro que não aceitaria derrota nas urnas.

"O líder do grupo criminoso deixa claro aqui, em viva voz, de forma pública para toda a sociedade, que jamais aceitaria uma derrota democrática nas eleições, que jamais aceitaria ou cumpriria a vontade popular", disse o ministro durante voto no julgamento do ex-presidente e outros sete réus por tentativa de golpe.

Segundo o ministro, Bolsonaro teria dito em uma live em 2021, que "só sairia preso, morto ou com vitória". E, ainda, que não participaria "dessa farsa patrocinada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)".

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Discurso 7 de Setembro

Moraes também apontou discursos no 7 de Setembro de 2021 como "uma forte tentativa com emprego de grave ameaça de restringir o poder Judiciário". Na ocasião o ex-presidente atacou ministros do STF publicamente.

Em resposta, o ministro disse que o discurso de Bolsonaro apresentou uma clara ameaça contra a corte. “Isso não é conversa de bar, é o presidente da República instigando milhares de pessoas contra o sistema eleitoral, contra o STF e contra ministros desta Corte”, acrescentou.

O ministro afirmou que "recentemente, frases semelhantes foram ditas, agora tentando nova interferência internacional na independência do Poder Judiciário. No 7 de Setembro deste ano, em ato bolsonarista em São Paulo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chamou Moraes de "tirano".

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Ditadura

Em outro momento, Bolsonaro disse que um "ministro do Supremo que ousa continuar fazendo aquilo que nós não admitimos". Moraes respondeu: "Só nas ditaduras juízes ou ministros fazem o que o ditador determina. E nem em ditaduras todos os juízes ou ministros fazem".

O ministro voltou a falar sobre ditadura dizendo que "estamos esquecendo aos poucos que o Brasil quase volta a uma ditadura que durou 20 anos pq uma organização criminosa constituída por um grupo político não sabe perder eleições".

Ao citar o plano Punhal Verde e Amarelo, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Moraes defendeu que o Brasil demorou para atingir sua democracia.

"Nós tivemos 20 anos de ditadura tortura, desrespeito à independência do poder Judiciário e legislativo. As pessoas sumiam, eram mortas. Não é possível banalizar o retorno a estes omentos escuros. E a prova é farta", exemplificou.

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