Moraes lamenta tentativa de golpe de Estado: "Verdadeira organização criminosa"
Moraes afirmou que existe condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa que passou a agir de forma "covarde e traiçoeira"

Gabriela Vieira
Paola Cuenca
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, lamentou nesta terça-feira (2), durante a abertura do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos sete réus, que mais uma vez houve uma tentativa de golpe de Estado contra instituições.
"O país e sua Suprema Corte só tem a lamentar que mais uma vez na história republicana brasileira se tenha novamente, mais uma vez, tentado um golpe de Estado atentando contra as instituições e a democracia pretendendo se uma ditadura", disse.
O presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, abriu o julgamento e, em seguida, o relator do caso, Alexandre de Moraes, começou seu discurso. Na ocasião, ele disse que "é mais um desdobramento do legítimo exercício pelo STF de sua competência penal conferida pelo legislador constituinte em 1988".
Moraes também disse que o processo segue o mesmo rito processual que "este Supremo vem seguindo nas 1630 ações penais ligadas aos ataques de 8 de Janeiro de 2023".
Ainda, defendeu que a pacificação do país, é o "desejo de todos". Depende, portanto, do respeito a "constituição, aplicação das leis e fortalecimento das instituições", afirma.
"Não se podendo confundir a saudável e necessária pacificação com a covardia do apaziguamento que significa imunidade e desrespeito a constituição e mais, significa incentivo a novas tentativas de golpe de Estado", acrescentou.
Em seu discurso, Moraes afirmou que existe condutas dolosas e conscientes de uma verdadeira organização criminosa que, de maneira jamais vista anteriormente em nosso país, passou a agir de forma "covarde e traiçoeira".
"Com a finalidade de tentar coagir o poder Judiciário, em especial este STF, e submeter o funcionamento da corte a crivo de outro Estado estrangeiro. Esta coação, esta tentativa de obstrução, não afetarão a imparcialidade e independência destes juízes do STF que darão, como estamos dando hoje, a normal sequência no devido processo legal que é acompanhado por toda a sociedade e toda a imprensa brasileira", disse.
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