Magistrados fazem ato de desagravo à juiza da Lava Jato e criticam CNJ
Ministro do STJ, desembargador e juiz federal criticam ação monocrática do colegiado. Decisão foi revista pelo plenário
Leonardo Cavalcanti
Foz do Iguaçu - Magistrados defenderam a atuação da juíza federal Gabriela Hardt, que assumiu a chefia da Lava Jato depois da saída do hoje senador Sérgio Moro (União-PR). O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Paulo Sérgio Domingues, o desembargador Marcello Granado e o juiz Walter Nunes criticaram a primeira decisão monocrática do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que afastou Hardt e outros três desembargadores do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região – a decisão inicial foi revogada no último dia 16 pelo plenário do órgão responsável por avaliar a atuação de magistrados.
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Os magistrados, incluindo Hardt, participam do Fórum Nacional de Juízes Federais Criminais, que ocorre em Foz do Iguaçu (PR). Domingues disse que o trabalho dos juízes desagradam um ou outro, mas defendeu o trabalho. “Isso vai passar, é o nosso trabalho”, afirmou o ministro, colega de Corte do corredor do CNJ, Luis Felipe Salomão, autor da primeira decisão que afastou Hardt.
Granado citou Hardt e disse que tem receio de decidir. "Tenho receio de proferir as decisões mais simples”, disse o desembargador do TRF 2, que julgou casos da Lava Jato no Rio de Janeiro. Na última quinta-feira (25 de abril), o juiz federal Walter Nunes, corregedor da penitenciária de Mossoró (RN), já havia feito um ato de desagravo à Hardt. A juíza foi aplaudida pelos participantes do encontro.