Publicidade

Lula sanciona lei que dispensa licitações durante calamidade pública

Projeto que deu origem à norma foi aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado nas últimas semanas

Lula sanciona lei que dispensa licitações durante calamidade pública
Lei incorpora conteúdos de diferentes Medidas Provisórias editadas por Lula para socorrer o Rio Grande do Sul | Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Publicidade

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a lei que autoriza a administração pública a dispensar a licitação para a aquisição de bens e a contratação de obras e serviços nos locais que se encontram em estado de calamidade.

A norma, que partiu de um projeto de autoria dos deputados federais José Guimarães (PT-CE) — líder do governo na Câmara — e Dionilso Mateus Marcon (PT-RS), entrou em vigor nesta segunda-feira (23), com a publicação no Diário Oficial da União.

+ Relator na Câmara rejeita recurso de Chiquinho Brazão contra cassação do mandato

Licitação é como é chamado o processo por meio do qual a administração pública contrata obras, serviços e compras, ou seja, é a forma como ela pode comprar e vender. Entre os objetivos da licitação, estão garantir a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação mais vantajoso para a administração pública e evitar contratações com sobrepreço e superfaturamento na execução dos contratos.

Nos locais em estado de calamidade, a lei sancionada autoriza a administração pública ainda a:

- reduzir pela metade prazos mínimos previstos pela Lei de Licitações e Contratos Administrativos para a apresentação das propostas e dos lances, nas licitações ou nas contratações diretas com disputa eletrônica;

- prorrogar contratos para além dos prazos estabelecidos em leis por, no máximo, 12 meses, contados da data de encerramento do contrato;

- firmar contrato verbal, desde que o seu valor não seja superior a R$ 100 mil, nas hipóteses em que a urgência não permitir a formalização do instrumento contratual; e

- adotar regime especial para a realização de registro de preços.

Regras

Os contratos verbais devem ser formalizados em até 15 dias, sob pena de "nulidade dos atos praticados".

As regras excepcionais de licitação trazidas pela lei foram pensadas por causa da tragédia no Rio Grande do Sul, em decorrência das fortes chuvas que atingiram o estado entre o final de abril e início de maio, mas poderão ser aplicadas a todas as situação de emergência com estado de calamidade pública reconhecida pelo governador ou governo federal.

De acordo com o texto, para a aplicação das medidas excepcionais para a aquisição de bens e a contratação de obras e de serviços, é preciso haver também ato do governo federal ou governador com a autorização para aplicação das medidas e a indicação do prazo dessa autorização.

+ Lula critica falta de "vitalidade" da ONU e aponta omissão "diante de atrocidades"

A administração poderá dispensar a licitação para a aquisição de bens e a contratação de obras e de serviços se estiverem comprovadas as condições de:

1 - Ocorrência do estado de calamidade pública;

2 - Necessidade de pronto atendimento da situação de calamidade;

3 - Risco iminente e gravoso à segurança de pessoas, de obras, de prestação de serviços, de equipamentos e de outros bens, públicos ou particulares; e

4 - Limitação da contratação à parcela necessária ao atendimento da situação de calamidade.

A lei autoriza o uso de excedente financeiro do Fundo Social, limitado a R$ 20 bilhões, como fonte de recursos para a disponibilização de linhas de financiamento com o objetivo de apoiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas e de enfrentamento das consequências sociais e econômicas de calamidades públicas.

O texto incorpora conteúdos de diferentes Medidas Provisórias editadas por Lula para socorrer o RS. O projeto que deu origem à lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 29 de agosto e pelo Senado em 10 de setembro. No último dia 18, a Casa Baixa aprovou as alterações feitas pelos senadores na proposta.

Estado de calamidade pública é a situação anormal, causada por desastres, gerando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público do município ou estado atingido.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Política
Governo
Lei
compras
Calamidade pública

Últimas notícias

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Tarcísio defende Bolsonaro e afirma que indiciamento "carece de provas"

Ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal por envolvimento em plano golpista orquestrado por militares
Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Alta dos preços na ceia de Natal 2024 pesa no bolso dos brasileiros

Carnes e sucos tiveram aumentos entre 12% e 19%, impactando diretamente o custo das ceias de fim de ano; Azeite foi o maior vilão, com 21,3% de alta
Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Golpistas se aproveitam da Black Friday para aplicar golpes online

Tentativas de acesso a sites falsos aumentaram 35% em outubro, em relação ao mês anterior
Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Feirão SPC Brasil oferece até 99% de desconto para quitar dívidas

Campanha começou nesta quinta-feira (21) e possibilita negociação de débitos online até 10 de dezembro
Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Indiciamentos mostram que comissão do 8/1 "estava no caminho certo", diz senadora

Congressistas comentaram os indiciamentos na investigação sobre golpe de Estado; Boulos disse que pedirá cassação do mandato de Ramagem
Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Câncer de próstata é a causa de morte de um homem a cada 30 minutos no Brasil

Diagnóstico precoce da doença pode garantir até 90% de chance de cura
Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Bolsonaro não deve ser preso após indiciamento, avalia advogado criminalista

Especialista sinaliza que detenção só deve ocorrer se o ex-presidente, investigado por golpe de estado, atrapalhar a polícia ou se for condenado
Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Haddad anuncia bloqueio de R$ 5 bilhões no Orçamento de 2024 e adia, mais uma vez, definição sobre corte de gastos

Novo prazo para a apresentação das medidas para reduzir gastos do governo, segundo o ministro da Fazenda, é a próxima terça-feira (26)
Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Faturamento da Black Friday de 2024 deve chegar a R$ 5,2 Bilhões, aponta CNC

Móveis, eletrodomésticos e eletroeletrônicos lideram interesse dos brasileiros; expectativa é que as vendas superem em 0,04% a edição do ano passado
Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Policial que matou estudante de medicina é indiciado por homicídio doloso

Marco Aurélio Cárdenas Acosta, de 22 anos, foi morto com tiro à queima-roupa durante uma abordagem da Polícia Militar de São Paulo
Publicidade
Publicidade