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Política

Lula pede avanço de negociações entre Mercosul e Japão e lamenta goleada da Argentina: "Dia feliz e triste"

Sem citar Trump ou "tarifaço" dos EUA, presidente criticou protecionismo e afirmou que Brasil não quer "uma segunda Guerra Fria"

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu avanço de negociações para acordo entre Mercosul e Japão durante discurso no Fórum Empresarial Brasil-Japão em Tóquio, nesta quarta-feira (26). "Nossos países têm mais a ganhar pela integração do que pelo recurso de práticas protecionistas", falou o chefe do Executivo. Sem citar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, "tarifaço" ou guerra comercial, afirmou que o Brasil não quer "uma segunda Guerra Fria".

Dirigindo-se a autoridades como primeiro-ministro Shigeru Ishiba, e presidentes de Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que viajaram na visita oficial ao Japão, Lula começou fala lamentando goleada de 4 a 1 sofrida pela Seleção Brasileira para a Argentina, em jogo valendo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

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"Hoje é um dia feliz e um dia triste para mim", brincou. "E também triste porque acharam que eu sou baixinho e colocaram um banco aqui para eu ficar mais alto, quando eu não sou tão baixo assim", continuou.

Relação Brasil e Japão: Lula defende retorno ao patamar de 2011

O presidente afirmou que "nunca antes na história do Brasil houve tanto crédito disponibilizado para as pessoas mais pobres, para os trabalhadores e também para os grandes empresários e para o agronegócio". Nesse sentido, fez aceno ao empresariado japonês, defendendo nosso país como "porto seguro" para investimentos.

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Citou iniciativas como transição energética, a COP 30, a ser realizada em Belém no mês de novembro, e venda recém-fechada de 20 jatos da Embraer, no valor de R$ 10 bilhões, à Ana, maior companhia aérea japonesa.

Para o petista, o momento é de consolidação "de uma nova estratégia de relacionamento" com o Japão. Lembrou que viajou ao gigante asiático pela primeira vez há 50 anos, a convite de trabalhadores da Toyota, e destacou que, na atual e quinta visita, quer retomar patamar de 14 anos atrás nas relações econômicas entre os dois países.

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"Assinaremos 10 acordos de cooperação nas mais diversas áreas, além de quase 80 instrumentos entre empresas, bancos, universidades e outras instituições. Resta, no entanto, um importante desafio. Nosso comércio bilateral diminuiu nos últimos anos. Caiu de US$ 17 bilhões em 2011 para US$ 11 bilhões em 2024. Algo não andou bem na nossa relação e é preciso aprimorá-la", disse.

Lula: "Não queremos uma segunda Guerra Fria"

"Estou seguro de que precisamos avançar com a assinatura de um acordo de parceria econômica entre Japão e Mercosul", completou Lula, enumerando uma série de críticas ao protecionismo. Defendeu democracia, que "corre risco no planeta, com eleição de uma extrema direita negacionista", e livre-comércio, mas sem citar recentes medidas tarifárias dos EUA ou promessas e ações de Trump na política externa.

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"Nós não queremos uma segunda Guerra Fria", reforçou. "Nós não podemos voltar a defender o protecionismo", completou o petista. "Porque nós não queremos mais muros. Nós não queremos mais Guerra Fria. Nós não queremos mais ser prisioneiros da ignorância. Nós queremos ser livres e prisioneiros da liberdade", finalizou.

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