Lula diz que não é obrigado a cumprir déficit zero se "tiver coisas mais importantes a fazer"
Lula afirmou ainda que possui "mais seriedade fiscal" que os especuladores de "cabeça pequena"
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (16) que não é obrigado a cumprir a meta fiscal caso existam “coisas mais importantes para fazer”. O chefe do poder Executivo voltou a criticar setores do mercado financeiro e comentou que um pequeno déficit fiscal não trará problemas para a economia brasileira.
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Lula voltou a bater na tecla de ter experiência de outros dois mandatos "bem sucedidos" no comando do Palácio do Planalto. Ele afirmou possuir divergências, pois trata como investimento o que o mercado trata como gasto. Questionado sobre a possibilidade de realizar cortes no orçamento público, o presidente afirmou que precisaria ser "convencido".
"Eu preciso estar convencido se há necessidade ou não de cortar. Você sabe que eu tenho divergência histórica e de conceito com o pessoal do mercado. Porque nem tudo que eles tratam como gasto, eu trato como gasto", disse o presidente em entrevista à TV Record que será exibida na noite desta terça-feira.
“É apenas uma questão de visão. Você não é obrigado a estabelecer uma meta e cumpri-la se você tiver coisas mais importantes para fazer. Esse país é muito grande, esse país é muito poderoso. O que é pequeno é a cabeça dos dirigentes desse país e a cabeça de alguns especuladores”, acrescentou o presidente da República.
Ele ainda afirmou que um pequeno déficit não acarretará “nenhum problema” ao Brasil e que possui maior compromisso com a meta fiscal no país do que os citados "especuladores de cabeça pequena".
“Seriedade fiscal eu tenho mais do que quem dá palpite nessa questão fiscal no Brasil. [...] O país não tem nenhum problema se é déficit zero, se é déficit 0,1%, se é déficit 0,2%. Não tem nenhum problema para o país. O que é importante é que esse país esteja crescendo, que a economia esteja crescendo, que o emprego esteja crescendo, que o salário esteja crescendo”, acrescentou.
Lula também afirmou que fará o que for necessário para cumprir o arcabouço fiscal. Ele lembrou que durante a campanha, assumiu compromisso de criar um país com “estabilidade política, jurídica, fiscal, econômica e social”.
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Ao defender sua posição com relação às questões fiscais, Lula voltou a bater na tecla de sua experiência "bem-sucedida" de três mandatos no comando do Palácio do Planalto. Ao ser questionado sobre a necessidade de ampliar cortes no orçamento público para cerca de R$ 18 bilhões, o presidente afirmou que tem uma "divergência histórica" com o mercado, sobre a diferença entre investimentos e gastos.
Lula ainda citou dados econômicos para defender a sua gestão, como a queda do desemprego e o crescimento da economia e da massa salarial da população brasileira.
"O mercado previa crescimento de 0,8%, nós crescemos 3%. O mercado previa inflação descontrolada, a inflação está totalmente controlada. A única coisa que não está controlada é a taxa de juros. Geramos 2,5 milhões de empregos em 1 ano e 7 meses. A massa salarial está crescendo 11,7%, o salário mínimo teve dois reajustes seguidos acima da inflação. Fizemos a isenção do Imposto de Renda para quem ganha dois salários mínimos e eu preciso chegar a quem ganha R$ 5 mil e tiramos 24 milhões de pessoas da fome", exaltou o presidente.