Lula diz que críticas a investimentos na educação são para "desmoralizar" serviço público

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Lula criticou o discurso de quem define investimentos na educação como "gasto" e que isso é feito para "desmoralizar" o serviço público. Ele argumentou que não existe país desenvolvido que não tenha injetado dinheiro na educação.

"Eu não sou muito letrado, mas sei que não existe exemplo de nenhum país desenvolvido sem que ele tenha investido na educação. O problema é que no Brasil, investir na educação é colocado como gasto. Quando precisa aumentar salário do professor, fazer uma sala de aula ou melhorar a situação de uma escola, tudo tem uma rubrica chamada gasto. É uma visão equivocada para desmoralizar o serviço público", disse.

O presidente ainda argumentou que o governo deve oferecer estrutura para que "todas as pessoas tenham condições de vencer". Ele reforçou que colocar dinheiro na educação é "investimento" e disse que gastos são aportes financeiros para construção de cadeias.

"Gasto é quando eu pegar esse dinheiro para tirar um jovem da droga, da bandidagem e para construir cadeia. Isso sim é gasto. Mas enquanto eu estiver pagando para ele estudar, eu estarei fazendo investimento para que a família tenha certeza de que seu filho está estudando", disse Lula.

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O GEO Isabel Salgado será integrado a uma estrutura escolar, que deve atender cerca de mil crianças e adolescentes em tempo integral, com educação, esporte e alimentação.

Segundo Lula, a escola construída na Arena Carioca 3 deverá atender também crianças e adolescentes da Cidade de Deus, favela localizada na Zona Oeste. Caso a estrutura não seja suficiente, ele prometeu construir um Instituto Federal dentro da própria comunidade.

Estavam presentes no anúncio a primeira-dama Janja, o prefeito Eduardo Paes (PSD) e os ministros da Educação, Camilo Santana, do Esporte, André Fufuca, da Igualdade Racial, Anielle Franco e da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo. Antes de entrar no ginásio, Lula percorreu a região do Parque Olímpico na companhia de Paes. Os deputados federais Lindbergh Farias (PT), Benedita da Silva (PT) e Laura Carneiro (PSD) também participaram do encontro.

"Este país não tem mais volta, ou a gente aposta verdadeiramente que através da educação a gente vai salvar esse país, ou a gente vai ficar na mediocridade de ter uma minoria que pode mandar seus filhos estudar em Londres, Chicago e a maioria que sabe que a criança vai desistir da escola para ter que trabalhar", disse o presidente.

"Complexo de vira-lata"

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez o discurso de abertura do evento. Ele relembrou os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, e a Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil. O chefe do Executivo local culpou o "complexo de vira-lata" brasileiro por tentar transformar esses eventos em algo negativo.

"Ou a gente aprende a parar com o complexo de vira-lata ou a gente não vai crescer nunca. A gente teve duas oportunidades geopolíticas fundamentais, que tinham a ver com esporte, mas tinham a ver com o papel que o Brasil ocupava naquele momento sob o comando e presidência do Lula", disse o prefeito.

"Vencemos a disputa da Copa do Mundo, que chama a atenção do mundo para um lugar, e das Olimpíadas, que também chamam a atenção do mundo para o lugar. Mas aqui no Brasil, a gente deu um jeito, com um complexo de vira-lata tão grande, que a gente tem de transformar aquele momento em um problema", acrescentou.

O nome da unidade educacional e esportiva é em homenagem à ex-jogadora de voleibol da Seleção Brasileira Isabel Salgado, bronze nos Jogos Pan-Americanos de 1979 e campeã mundial de vôlei de praia.