Política

Lula clama por 'movimento nacional dos homens' contra violência doméstica

Presidente disse que só a educação escolar não dá conta de combater o problema e que cada brasileiro precisa assumir a responsabilidade de educar seus filhos

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) clamou por um "movimento nacional dos homens" contra a violência doméstica. Durante cerimônia na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, nesta terça-feira (2), ele pediu aparte para discursar sobre a onda de feminicídios que vem tomando conta do país, especialmente nos últimos dias.

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Em sua fala, Lula afirmou que só a educação escolar não dá conta de combater a violência doméstica e que cada brasileiro precisa assumir a responsabilidade de educar seus filhos nesse sentido. Ele acrescentou que sua mãe, uma mulher extremamente pobre e sem instrução formal, sempre ensinou a ele e aos irmãos que nunca se deve levantar a mão para uma mulher.

"Precisamos ser o professor uns dos outros. Cada um de nós tem que educar nossos filhos. Se você não está bem com a sua companheira, por favor, seja grande. Não bata nela, se separe dela", disse. "Se ela não gosta de você, ela não é obrigada a ficar com você. Não aprisione essa pessoa. Não seja malvado. Não seja ignorante."

Lula contou que a primeira-dama, Janja Lula, chorou diversas vezes nos últimos dias, em razão dos casos de feminicídios noticiados na imprensa, e pediu a ele que assumisse responsabilidade por uma "luta mais dura contra a violência do homem contra a mulher".

Lula questionou, ainda, se haveria alguma pena prevista no Código Penal que fizesse jus a crimes que envolvem tamanha crueldade. Ao mencionar essa questão, ele denunciou que a Justiça nem sempre é feita contra agressores de mulheres endinheirados, mas condena o pobre que "rouba um pão na padaria para comer".

"Até a morte é suave [para punir agressores de mulheres]. Aquele cara que bateu na moça com 61 socos, que pena merece um cara desse?", perguntou Lula, em referência ao jovem de 29 anos que desferiu 61 socos na cara da então namorada, dentro de um elevador, em Natal (RN). "É preciso que haja um movimento nacional dos homens contra os animais que batem, que judiam e que maltratam as mulheres."

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