Lideranças da direita no Rio reagem à prisão de Bolsonaro e especialista vê disputa no campo conservador
Aliados do ex-presidente criticam decisão do STF e analistas afirmam que prisão deve reorganizar forças da direita no país

Léo Sant'anna
A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro gerou reação imediata entre lideranças da direita no Rio de Janeiro, estado onde ele foi eleito sete vezes deputado federal e iniciou sua trajetória política.
Especialistas avaliam que o episódio pode redesenhar a correlação de forças no campo conservador nos próximos meses.
A cúpula do Partido Liberal (PL) no estado foi a primeira a se manifestar. O presidente da sigla no Rio, Altineu Côrtes, afirmou sentir “indignação e preocupação” com a decisão judicial. Ele classificou o momento como uma “provação” e manifestou solidariedade à família de Bolsonaro.
A direção nacional do PL também divulgou nota dizendo que a medida foi “desnecessária” e que o estado de saúde do ex-presidente deveria ter sido considerado. A legenda afirmou ainda que a defesa tentará reverter a decisão.
O que disse o governador do Rio?
O governador Cláudio Castro endossou o apoio ao ex-presidente. Nas redes sociais, escreveu que o país “amanheceu triste” e descreveu Bolsonaro como um “homem honesto” que deveria receber mais “deferência”.
Castro afirmou ainda que a prisão demonstra “o quanto o Brasil ainda precisa avançar como nação e democracia”.
Aliados no Congresso
Aliados de Bolsonaro no Congresso Nacional repetiram as críticas à decisão.
Carlos Portinho (PL-RJ), senador, acusou o STF de cometer “abuso” e mencionou “perseguição sem fim”.
Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara, afirmou que “um inocente foi preso” e que “reviraram a vida dele toda e não acharam um roubo sequer”.
Impacto político
Especialistas apontam que a prisão deve desencadear disputas internas pelo comando do campo conservador — especialmente se Bolsonaro permanecer inelegível ou indisponível para atuar politicamente.
O advogado e doutor em direito do Estado Fernando Capano explicou que:
“A medida vai reorganizar o campo da direita política brasileira, gerando disputas internas e tensões na liderança. Ao mesmo tempo, vai alimentar narrativas de perseguição que devem influenciar a articulação desse grupo nos próximos meses.”








