Política

"Operação colocou na cadeia o núcleo principal de todos os desvios do INSS", diz presidente da CPMI

Senador Carlos Viana (Podemos-MG) destacou que presos nesta quinta (13) já vinham sendo monitorados e reforçou colaboração com o STF

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Presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG) | Divulgação/Saulo Cruz/Agência Senado
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O presidente da CPMI do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), elogiou nesta quinta-feira (13) a quarta fase da operação Sem Desconto, que resultou na prisão do núcleo principal responsável por descontos irregulares em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social. Um dos seis presos até o momento é Alessandro Stefanutto, ex-presidente da autarquia previdenciária.

"Hoje a operação colocou na cadeia o núcleo principal de todos os desvios do INSS, da quadrilha que tomou de assalto as aposentadorias brasileiras", disse o parlamentar, em entrevista coletiva.

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Viana destacou que os presos de hoje já vinham sendo monitorados e que aqueles que, durante a CPMI, haviam recebido habeas corpus para permanecer em silêncio agora deverão "revelar a verdade". "Estamos no caminho correto para oferecer uma resposta concreta à sociedade brasileira", afirmou.

Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, foi demitido do cargo em abril, logo após primeira fase da operação Sem Desconto | Divulgação/Lula Marques/Agência Brasil
Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, foi demitido do cargo em abril, logo após primeira fase da operação Sem Desconto | Divulgação/Lula Marques/Agência Brasil

Veja alguns dos alvos de nova fase da operação Sem Desconto:

Prisão

  • Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS no governo Lula (PT);
  • Antônio Carlos Antunes Camilo, o "Careca do INSS", que já estava preso;
  • Três pessoas ligadas à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer);
  • Uma pessoa ligada ao Instituto Terra e Trabalho (ITT).

Buscas

  • Ahmed Mohamad Oliveira, ex-ministro da Previdência no governo Bolsonaro (PL);
  • Euclydes Pettersen (Republicanos-MG), deputado federal.

O senador ressaltou que a operação é fruto da colaboração direta com o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF). Viana disse que esteve reunido com o ministro na semana passada, mas não pode revelar detalhes sobre o conteúdo do encontro.

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O presidente da CPMI rebateu as críticas de que a comissão seria inválida. "Não há registro histórico de uma comissão que tenha resultado em tantas prisões e que esteja apresentando resultados tão significativos", disse.

De intermediários a políticos: senador detalha três núcleos do esquema

Segundo o senador, há três níveis distintos de envolvimento no esquema: o terceiro escalão, formado por operadores e intermediários, a maioria detida nesta fase; o segundo escalão, composto por pessoas que se corromperam e atuaram em diferentes administrações; e o primeiro escalão, integrado por políticos e indivíduos que "auxiliaram, incentivaram ou indicaram servidores envolvidos" nos desvios.

Viana afirmou que este primeiro grupo passa agora a ser alvo das próximas operações e dos depoimentos que deverão ser prestados ao STF. Ele acrescentou que há outros parlamentares envolvidos e que novas delações estão sendo propostas.

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De acordo com o senador, parte do dinheiro desviado foi guardada em espécie, "em algum lugar", o que ainda está sendo apurado pelos investigadores.

"O trabalho ainda não terminou. Daremos respostas contundentes ao povo brasileiro e, consequentemente, à Previdência", afirmou.

Ao final, Viana se dirigiu aos aposentados: "Concluiremos este trabalho com uma Previdência significativamente fortalecida e com os culpados devidamente responsabilizados".

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