Governo brasileiro rebate novas ofensivas dos Estados Unidos a Moraes
Após publicação do número dois da diplomacia dos EUA, a ministra da articulação política e o Itamaraty se manifestaram "em defesa da soberania do Brasil"

Hariane Bittencourt
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, criticou na noite desse sábado (9) o mais recente ataque da Casa Branca ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "A postagem arrogante é uma gravíssima ofensa ao Brasil, ao STF e à verdade", escreveu nas redes sociais, em referência à publicação feita vice-secretário do Departamento de Estado dos Estados Unidos (EUA), Christopher Landau.
No texto, Gleisi afirmou que "quem tentou usurpar o poder em nosso país foi Jair Bolsonaro" e culpou a família do ex-presidente brasileiro por tentar prejudicar a relação histórica entre os dois países, a partir de articulações com o presidente norte-americano, Donald Trump, que resultaram em sanções como o tarifaço aplicado aos produtos brasileiros enviados aos Estados Unidos.
"Se querem mesmo restaurar a amizade histórica, comecem por respeitar a soberania do Brasil, de nossas leis e Justiça, e parem de apoiar o golpista que tentou destruir nossa democracia", continuou a ministra responsável pela articulação política do governo.
Neste sábado, o número dois da diplomacia dos EUA fez mais um duro comentário sobre as relações entre as duas nações, indicando que Moraes contribuiu para o distanciamento entre os dois países. A publicação, feita no X, foi traduzida e reproduzida no início da noite pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, em seu canal oficial.
Sem citar nomes, o texto diz que "um único ministro do STF usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes de outros poderes" e que "essa pessoa destruiu a relação histórica de proximidade entre Brasil e Estados Unidos ao tentar aplicar extraterritorialmente a lei brasileira para silenciar indivíduos e empresas em solo americano".
O Ministério das Relações Exteriores também rebateu a publicação. "Essa manifestação caracteriza novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que recentemente derrotou uma tentativa de golpe de Estado e não se curvará a pressões, venham de onde vierem", declarou o Itamaraty.