Governo exonera secretário de Atenção Especializada à Saúde após denúncia de rede de hospitais no RJ
Além de Magalhães, o governo também demitiu ontem o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles
O governo federal oficializou a exoneração do secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, em publicação no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (19). O médico foi citado na mídia por casos de apadrinhados políticos envolvidos em denúncias sobre ineficiência e corrupção.
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Doutor em Saúde Coletiva pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Magalhães Júnior foi secretário Municipal de Saúde e de Planejamento, Orçamento e Informação do município de Belo Horizonte, além de presidente do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems).
Já ocupou o mesmo cargo anteriormente no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, de 2011 a 2014. Além de Magalhães, o governo também exonerou o diretor do Departamento de Gestão Hospitalar, Alexandre Telles.
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Pressão de Lula
Nessa segunda (18), durante reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, sobre uma matéria do programa Fantástico, da Rede Globo, que denunciou a precariedade em seis unidades de hospitais federais no Rio de Janeiro. A produção mostrou aparelhos quebrados, materiais vencidos ou danificados.
Ao ser pressionada a respeito da condução da saúde no estado e no enfrentamento à dengue, assim como as respostas que tem dado sobre a pressão do Centrão para tirá-la do cargo, a ministra ficou emocionada e precisou deixar a reunião.
Apadrinhados
Helvécio Miranda Magalhães Júnior foi citado na reportagem da Rede Globo. Grasielle Esposito, empresária do ramo da construção civil, dizia que teria sido enviada ao Hospital Federal de Bonsucesso, na Zona Norte do Rio de Janeiro, pelo então secretário como consultora, para avaliar as condições da estrutura.
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Segundo ela, Helvécio solicitou que fosse feito um estudo sobre a conservação das unidades de saúde federais, com consentimento da ministra Nísia Trindade. Acontece que Grasielle não é funcionária pública.
Foi observado que muitos dos apadrinhados do ramo político do funcionalismo estão sendo investigados em denúncias sobre ineficiência, negligência e corrupção.
O ex-secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde alegou que ela passava por um processo de contratação como consultora da pasta.
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A reportagem do SBT News tentou contato com as assessorias da ministra da Saúde, Nísia Trindade, e do ministério que supervisiona a secretaria. Não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.